Ex-presidente do Instituto de Registos e Notariado defende que alguns dos factos que constam do despacho de acusação foram uma “completa surpresa”, por isso vai pedir a anulação do processo.
A instrução do processo dos vistos gold começa esta terça-feira e, segundo a informação avançada pelo Diário de Notícias, o juiz Carlos Alexandre deverá ter logo um pedido para anular a investigação.
O ex-presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo, vai pedir que o inquérito do Ministério Público seja anulado uma vez que não foi confrontado com todos os elementos da sua acusação.
Acusado de 12 crimes, Figueiredo é um dos principais arguidos do caso vistos gold e encontra-se neste momento em prisão domiciliária.
O antigo presidente do IRN alega que alguns dos factos que constam do despacho de acusação foram uma “completa surpresa”, a começar pela suspeita de ser o sócio “invisível” de uma sociedade com interesses num protocolo entre o Ministério da Justiça português e o angolano para a formação de quadros deste último.
“Nunca antes havia o arguido sido confrontado com a existência de tal sociedade e, menos ainda, sobre a sua participação nesta”, escreveu o advogado Rui Patrício, citado pelo DN.
O arguido diz ainda ter sido surpreendido pela referência a um depósito de um cheque de 1500 euros e de mil euros em numerário com origem em João Saldo, coarguido, administrador da Coimbra Editora.
Perante estes casos, a defesa de António Figueiredo considera que o inquérito realizado pelo MP pode e deve ser anulado pelo juiz de instrução.
No âmbito desta investigação, estão ainda nomes como Maria Antónia Anes, ex-secretária-geral da Administração da Justiça, Manuel Palos, ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, e o ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo.
ZAP
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Eu é que lhe dava a anulação!…