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Ausente em alguns programas eleitorais, eutanásia regressa depois das eleições

As sondagens mais recentes apontam para um cenário favorável à aprovação da despenalização da morte assistida.

A eutanásia vai ser um dos temas que irá marcar a abertura da nova legislatura. A hipótese de a despenalização da morte assistida ser aprovada aumenta com as sondagens a darem bons resultados aos partidos que a defenderam na última legislatura (como o PAN) e com a promessa de Catarina Martins de levar o tema ao Parlamento na próxima legislatura.

No entanto, como dá conta o Expresso, nem todos os partidos incluíram este assunto nos programas eleitorais: apesar de se prever que mantenham as suas posições (comunistas contra, PS timidamente a favor e PSD com liberdade de voto), estes três partidos não fazem referência à eutanásia.

O CDS-PP assume explicitamente a oposição à morte assistida no programa apresentado no fim de agosto e a CDU fá-lo de uma forma mais subtil.

Além da previsível subida dos partidos que foram a favor, o PS perde Miranda Calha, um dos dois deputados que votaram contra a eutanásia na última legislatura. Na bancada social-democrata, onde houve liberdade de voto, estará Rui Rio e o líder do partido é a favor.

No PS, a discussão não foi pacífica, mas o partido resistiu às pressões para incluir a eutanásia no programa. “A discussão feita mostrou-nos que há maturidade para falar de fim de vida. O meu partido não deve ficar com algum receio de incluir o tema no programa de Governo. É uma matéria sensível, mas o projeto de lei que apresentámos dava todas as garantias. Este foi um tema complicado, mas já não é”, defendeu, em junho, Maria Antónia Almeida Santos.

“Achámos que manter esse compromisso é mostrar que é importante. O que fratura é o preconceito que impede algumas pessoas de terem respeito pela sua decisão de fim de vida”, explica José Manuel Pureza, dirigente do Bloco de Esquerda. A proposta bloquista no programa “despenalizará a atuação de quem, face a um pedido reiterado de alguém com doença fatal e irreversível e com um sofrimento insuportável, comprovados por dois médicos ou médicas, colabore na concretização da antecipação da morte pedida por essa pessoa”, lê-se no programa eleitoral.

do lado centrista, a rejeição da eutanásia será contraposta pelo reforço dos cuidados paliativos e pela posição contra o encarniçamento terapêutico.

ZAP //

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