O presidente do Eurogrupo afirmou esta quinta-feira existirem “preocupações graves” com Portugal, relembrando a última previsão económica e o facto de o país necessitar do acesso aos mercados.
Numa audiência no Parlamento Europeu, em Bruxelas, Jeroen Dijsselbloem não se esqueceu de tecer algumas críticas a Portugal, deixando o recado de que existem realmente “preocupações graves”.
O presidente recordou a última previsão de inverno sobre o nosso país, que teve por base a proposta do Orçamento de Estado para 2016 apresentado no final de janeiro, ainda antes de este ser alterado.
“Se olharmos para a última previsão de inverno, também para Portugal, existe uma razão para essa preocupação e como sabem Portugal saiu do programa (de resgate) sem quaisquer garantias em termos de linhas de crédito”, afirmou Dijsselbloem, citado pela agência Lusa.
O responsável acredita ser “crucial” que Portugal “se mantenha independente do ponto de vista financeiro e isso exige que tenha acesso aos mercados”.
“O Governo está consciente da situação, manifestou o seu empenho forte e sincero para cumprir o pacto”, garantiu.
Estas preocupações surgiram depois da intervenção de Markus Ferber, eurodeputado do PPE, que lembrou que a proposta foi não só “apresentada demasiado tarde” como também visa incluir um “conjunto de compromissos eleitorais”.
Dijsselbloem admite que o esboço do OE2016 chegou obviamente tarde mas “por razões que são compreensíveis”, referindo-se à formação do novo Governo, depois da eleições legislativas de outubro do ano passado.
O responsável recordou ainda o processo de “discussões intensas” entre Portugal e a Comissão Europeia por causa do “hiato demasiado grande” entre o que era e o que deveria ser o Orçamento.
“A Comissão fez bem, manifestou as suas preocupações e disse às autoridades portuguesas que deviam fazer mais para estarem de acordo com o Pacto de Estabilidade e Crescimento e também, o que é talvez ainda mais preocupante, que Portugal se mantinha no acesso aos mercados”, sublinhou.
Dijsselbloem assumiu que tanto o assunto português como o de outros países em risco vai voltar a ser analisado na primavera.
ZAP
Se estão preocupados então estou a ver que vão baixar os juros, alargar os prazos e dar um bom período de carência, ou mesmo um perdão da dívida, quem sabe, com tanta preocupação, é de prever.
Este senhor preside a uma coisa que está definida de uma forma muito simples, num parágrafo, num anexo do tratado de Lisboa, como uma estrutura informal que se reunirá de vez em quando para acompanhar os assuntos da moeda única. É, por isso, uma mera estrutura de debate e acompanhamento e, quando muito, se exorbitar da sua própria definição, de aconselhamento da comissão europeia.
Entretanto, está transformada num diretório arrogante que, sem qualquer controlo de quem quer que seja, nem democrático nem qualquer outro, se arvora em mandante e cerceador da autonomia e independência dos estados membros da união. E o burro sou eu?