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EUA podem recuperar “normalidade relativa” na segunda metade de 2021, considera Fauci

Kevin Dietsch / EPA Pool

O principal epidemiologista da Casa Branca, Anthony Fauci, considera que os Estados Unidos poderão regressar a uma “normalidade relativa” no segundo ou terceiro trimestre de 2021. Ainda assim, avisa que isso depende de vários fatores, como a futura vacina.

“Temos de fazer com que as pessoas sejam vacinadas, pois se conseguirmos que a esmagadora maioria a receba e, por um lado, esta seja eficaz e, por outro lado, haja um alto nível de utilização, poderemos começar a fazer as coisas voltar a uma normalidade relativa à medida que entrarmos no segundo e quarto trimestres do ano”, disse Anthony Fauci, em entrevista à CNN.

Ainda assim, insistiu que terão de verificar-se uma série de fatores: “Temos uma vacina, tem de ser distribuída e não podemos abandonar medidas fundamentais de saúde pública. Pode-se alcançar-se um grau de normalidade ao mesmo tempo que se fazem coisas fundamentais para a saúde pública”.

Questionado sobre o processo de transição da administração de Donald Trump para o futuro Governo do democrata Joe Biden, Fauci opinou que o desejável é que os funcionários governamentais comecem a trabalhar o quanto antes com a equipa do antigo vice-presidente de Barack Obama (2009-2017) no que se refere à crise sanitária.

“Claro que seria melhor se pudéssemos começar a trabalhar com eles”, disse o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID em inglês).

“Como sabe, atravessei múltiplas transições, tendo trabalhado ao longo de 36 anos para seis presidentes. E é muito claro que o processo de transição que estamos a atravessar é realmente importante para uma passagem tranquila da informação, é como se fosse a passagem do testemunho numa corrida”, acrescentou.

Fauci advertiu ainda: “Não se quer parar e passar a alguém, essencialmente o que se deseja é continuar”.

A 7 de novembro, Biden foi declarado vencedor das eleições presidenciais segundo as projeções dos meios de comunicações social, mas o Presidente cessante, Donald Trump, não reconheceu a derrota e alegou fraude eleitoral, deixando sinais de que não facilitará uma transição pacífica do poder.

Na última semana, os Estados Unidos registou recordes diários de contágios, chegando na sexta-feira ao número inédito de 187.095 novas infeções. Apesar deste aumento dos números, Fauci afastou o cenário de um confinamento nacional, mas admitiu poder vir a ser ordenada a quarentena em lugares específicos.

“Se não conseguirmos inverter a subida (…) não vamos impor um confinamento nacional, creio que isso está muito claro, mas acho que vamos começar a agir a nível local, ou seja, com governadores, autarcas ou pessoas à escala local que terão, como você disse, restrições do tipo cirúrgico, que são o equivalente funcional a um confinamento local”, comentou.

Esta semana, a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou que a sua vacina contra a SARS-CoV-2 tem uma eficácia de 90%, acima do exigido pelas entidades reguladoras do país, o que permite esperar uma rápida autorização de emergência para ser posta ao serviço da população.

Conselheiros de Biden afastam novo confinamento geral

Vivek Murthy, um dos conselheiros de Joe Biden sobre a pandemia, disse que os Estados Unidos aprenderam que a melhor forma de lidar com a pandemia consiste em definir uma política “que se aumenta ou se reduz, dependendo da severidade” da situação.

Nesse sentido, “se nós confinarmos o país inteiro sem localizarmos os esforços, então estaremos a exacerbar a ‘fadiga da pandemia’ que as pessoas estão a sentir, vamos prejudicar o emprego e a economia, vamos fechar escolas e prejudicar a educação das crianças”, afirmou, em entrevista à Fox News, citada pelo Económico.

Para o conselheiro de Joe Biden, recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, um confinamento nacional “seria uma medida de último recurso”.

ZAP // Lusa

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