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Esta é a 3ª grande vaga de emigração portuguesa – e não quer voltar

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A nova vaga de emigração portuguesa está a levantar alguns desafios a Portugal enquanto povo e nação porque os emigrantes já não querem regressar, considerou o historiador Daniel Bastos.

“Toda a crise que a Europa e Portugal está a passar, levanta grandes desafios ao nosso futuro coletivo enquanto Povo e Nação. Os índices baixíssimos de natalidade registados em Portugal levam a um despovoamento muito acentuado sobretudo do interior do país”, disse Daniel Bastos à Lusa, em Toronto, no Canadá.

O historiador vai abordar a história da emigração portuguesa este domingo, pelas 23h de Lisboa, na Galeria dos Pioneiros Portugueses em Toronto.

“A partir do momento em que as pessoas são forçadas ou impelidas à procura de melhor condições fora do seu território, verifica-se, mais no interior, o esvaziamento das próprias escolas, ou o encerramento de escolas primárias, ou a concentração em agrupamentos escolares sobretudo nas zonas litorais”, indicou.

Os jovens portugueses emigrantes fizeram-no “motivados pela procura de melhores condições de vida”, verificando-se atualmente nas novas geração o contrário ao que sucedia no passado, que era a intenção de um dia “voltarem à terra, de construírem uma casa, e de se fixarem novamente em Portugal”.

Hoje, muitos dos jovens emigrantes “não colocam a questão de regressar às sua origens, mas de se fixarem na pátria de acolhimento”, sublinhou.

“Tudo isto coloca grandes desafios a Portugal, na sustentabilidade da segurança social, do sistema de ensino, na geração de riqueza nos impostos, e o desenvolvimento do nosso país, que está mais envelhecido, é dos mais envelhecidos da Europa e do mundo”, diz o historiador.

“Não havendo renovação de gerações, não havendo um aumento populacional necessário coloca-nos um grande desafio no que há-de ser a nossa existência enquanto Povo e Nação”, afirmou Daniel Bastos.

Na opinião do historiador há três grandes ciclos da emigração portuguesa, que se verificam a partir dos séculos XIX e XX.

“Nessa altura dos séculos XIX e XX verificou-se o ciclo da imigração transatlântica, sobretudo para o Brasil”, diz.

“O segundo realizou-se no pós Segunda Grande Guerra, intro-europeia, em particular para França, nas décadas de 50 e 60, com mais de um milhão de portugueses a imigrarem para França ilegalmente, num período em que se verificou a chegada dos ‘Pioneiros’ ao Canadá”, destacou.

“Mais recentemente, houve uma nova vaga de imigração, verificada mais na Europa (Suíça, Luxemburgo, Alemanha e mais recentemente Bélgica e Inglaterra) e Angola e Moçambique”, retratou o historiador.

“Esta foi uma emigração caraterizada já pela mão de obra qualificada, como enfermeiros e engenheiros, que não encontraram mercado de trabalho em Portugal, e tiveram a necessidade de sair do país”, disse.

Oficialmente, há 375 mil portugueses ou luso-canadianos no Canadá, mas calcula-se que existam cerca de 500 mil a 600 mil, estando a grande maioria localizada na província do Ontário. Estima-se que 60 a 70% sejam de origem açoriana.

/Lusa

22 Comments

  1. O nome do Passos (e Portas, já agora) só ficará para a história, (como nota de rodapé) como o maior (mas não único!) impulsionador dessa “terceira vaga”. Se calhar é melhor que o Daniel Bastos não refira isso… Podia ficar “mal”…

    • Como é fácil resvalar continuamente em chavões, ainda por cima falaciosos.
      O que o Passos disse foi que os professores que não tinham oportunidade de trabalhar em Portugal poderiam olhar para outros países como alternativa. Por acaso isso é mentira? Não é mentira e vai ser cada vez mais verdade, pois esta-se a sufocar a iniciativa privada na educação, e as vagas nas faculdades continuam irresponsavelmente desalinhadas com as saídas profissionais.

      • “esta-se a sufocar a iniciativa privada”… Eu vi logo…
        Fala em chavões… TODOS usam os chavões! Não me venha com essa!

    • Há pessoas, como o ROYTHERODGERS, que continuam a não querer ver o óbvio: à escala mundial, abre-se um sem número de oportunidades que este país continua a negar aos jovens e continuará por largos anos. E o rumo que tomou neste último ano é mais um passo atrás.

      • Não vou perder tempo em explicar-lhe… o óbvio! É óbvio que não quer ver por isso, óbviamente, prefere demonstrar total (e óbvia) ignorância (e eu digo ignorânca no mau sentido…)…

    • Acrescente-lhe o nome de Sócrates como o grande obreiro do descalabro e da terceira intervenção económica internacional todas por obra e graça do PS e pode acrescentar a tudo isto ainda a incompetência praticamente a todos os níveis de que o país tem sido vítima depois do 25 de Abril de 1974 e verifica-se agora a perda de confiança que os cidadãos têm no futuro do país, enquanto eu emigrei para França simplesmente para beneficiar de melhor salário e da troca do valor cambial pois trabalho não me faltava por cá, hoje não há trabalho, não há segurança e os valores morais são espezinhados em nome de uma liberdade fictícia onde já ninguém pode acreditar em ninguém, se antes havia esperança num futuro melhor hoje isso parece cada vez mais uma miragem.

      • Curioso como só se lembra do Sócrates… Curioso como fala do pós 25 de Abril como algo de mau (talvez a ditadura seja mais eficaz?)…

    • Novidades! Já pode comentar as afirmações do Costa e fazer as suas críticas tão acérrimas. Curiosamente ainda não vi os seus comentários na notícias de hoje (14-6-2016) que dão conta das afirmações acerca das possibilidades de trabalho em França para professores de português!? Clubite política acima da inteligência?

  2. Resultados das políticas do fmi e da alemnha para proteger os ricos ás custas das classes médias e médias-baixas!Deixaram a europa num lindo estado!Mas a cobrança chegará, poderá tardar mas irá chegar!!!

    • Tanta desinformação. Bendita troika que remediou alguma coisa. Insuficiente, mas já foi alguma coisa. Só para dar um exemplo, vejam lá que foi a troika que disse que estávamos a pagar rendas excessivas ao sector energético e que tínhamos de reduzir essas rendas. Nós por cá andávamos felizes e a assobiar para o ar, como quem entra num restaurante e pede de tudo, e quanto mais caro melhor. Até é capaz de saber bem, mas depois a factura será sempre paga, como será paga a factura que nos será apresentada nos próximos tempos

      • Amigos como a troika? Quem precisa de inimigos… Mas está tudo doido? Ou será que é lavagem ao cérebro?

      • Mas quem é que pôs as contas do país com estavam/estão, foi a troika?
        Portugal é infelizmente um país pobre e devedor, e não foi a troika que criou esta realidade. O facto das nossas contas estarem desbaratadas é o grande problema, como seria um problema se na sua casa se gastasse mais do que aquilo que se ganha, ou entende que isso não é um problema. E sim, eu considero que por exemplo a troika deu uma grande ajuda a apontar o roubo que eram as rendas excessivas no sector energético, se é que sabe do que estou a falar…

      • Não digo que tenha sido a troika a “pôr-nos” nesta situação. Não discordo (totalmente) consigo quando diz “Portugal é infelizmente um país pobre e devedor”… O que não concordo (de todo!) é que diga que a troika nos veio ajudar… Vendeu-nos dinheiro (a um preço exurbitante – juros) e impôs-nos condições verdadeiramente impossíveis de cumprir, condições essas que nos impedem (indirectamente) de pagar as nossas dívidas. Refiro-me às restruturações (que não são mais que despedimentos em massa) e a venda de “bens” que nos são essenciais para criar riqueza (para pagarmos aquilo que pedimos aos agiotas). Refiro-me á EDP, CTT, e muitas outras… Ajuda? A Troika? Rica ajuda… Só se fôr para nos enterrar mais (e ficarmos ainda mais dependentes de interesses externos).
        Fala das rendas excessivas no sector energético… espere por ela… Um dia (infelizmente) engolirá essas palavras.
        Fala do facto das nossas contas estarem desbaratadas… Pois é. É verdade. Prepare-se para elas ficarem ainda piores… Graças á sua querida troika. Não obrigado.

    • Afinal o VIAJANTE só viaja em Portugal, e não vai longe. Porque se assim fosse via que as oportunidades que são oferecidas aos nossos jovens são por empresas da iniciativa privada, que a Catarina Martins não quer cá. Portanto, abra os olhos, pode ser que consiga ver alguma coisa.

      • “empresas da iniciativa privada, que a Catarina Martins não quer cá”… Santa ignorância! Se calhar é melhor criar uma empresa (privada) de cultivo de burrice!

  3. Até porque não é verdade. Se fizeram o que fizeram foi porque o país estava de tanga. Lê alguma coisa, instruí-te minimamente e depois volta.

  4. O Pedro Passos Coelho pensava que estes jovens iam para o estrangeiro para enviar remessas de dinheiro para Portugal, para os banqueiros e politiqueiros estourarem. É preciso ser mesmo muito burro, andar anos a investir fortunas na formação de jovens, e depois enviá-los para o estrangeiro. Qualquer asno percebe que um jovem nessas circunstância acaba por casar e ter filhos no país de destino. Não maior parte dos casos não voltará para Portugal. Mas fiquem descansados, dentro de 30 a 50 anos Portugal será dos chineses. Finalmente os politiqueiros e empresários da treta vão ter mão de obra barata. Se na china a mão de obra é barata, cheira-me que quando Portugal for dos chineses, eles vão ser bem mais exigentes e malandrões.

  5. O governo português quer os jovens diplomados, como eu, fora do pais… mas, apos 6 anos a trabalhar em franca.. resolveram me enviar os impostos de 2012. que ja foram pagos em franca. querem 5000euros so por 2012. visto que paguei 1800 euros em franca.. so querem a diferença. Adoro a minha Patria! mas somos regidos por um bando de ladroes!!!

  6. Pergunta: Como é que, se está a trabalhar há 6 anos, tem impostos a pagar de 2102? Estava a trabalhar nos dois locais ao mesmo tempo ou foi engano?

  7. O problema deste país é que os cargos e empregos estão ocupados por familiares e amigos de próximos (dando corpo à noção de “empresa familiar alargada e … financiada!!!”), voluntários e reformados ricos e outros que tais que para não perderem o poder continuam a ocupar lugares que poderiam ser empregos dos jovens…. Os consultores e administradores das nossas empresas .. pergunto: quantas horas trabalham estes administradores por semana .. QUANTOS CARGOS TÊM???? Bastavam umas horas por semana e provavelmente daria para pagar um ordenado a um Jovem… SE QUEREM FAZER ALGUMA COISA COMEÇEM POR AQUI!!!

    Também sou jovem … procurei apoios… que só há para os ricos … pois há sempre qualquer coisa que torna não elegível o apoio …

    O Portugal 2020 é uma treta … está a ser usado para resolver os problemas dos bancos de forma indireta … e serve praticamente e só as grandes empresas e seus intermediários….

    Provavelmente serei o próximo a emigrar e a verdade é que se for NUNCA MAIS CÁ PONHO OS PÉS… certamente serei melhor tratado fora da minha pátria … se é que isso existe … pois acho que é um chavão a ser usado quando interessa…. A Minha Pátria é Onde Cuidam Bem De Mim … e certamente neste país isso não acontece……

    • É pena que penses assim. É por isso que não há fim á vista para este problema que referiste. Se toda a gente (os jovens, principalmente) abandonar o país o que será dele?
      Deixa-me corrigir a expressão “A Minha Pátria é Onde Cuidam Bem De Mim”… A Pátria é onde nasceste, (desde que tens a memória disso…) a Pátria é onde cresceste, a Pátria é onde tens a família, a Pátria é onde tens amigos. Nem sempre a Pátria cuida bem de ti, mas se tu não cuidares bem dela, ela não poderá (certamente) cuidar bem de ti…
      Mas percebo a necessidade permente de sair do País e procurar novas oportunidades… Mas NUNCA se deve enjeitar a possibilidade de regressar. A menos que a tua Pátria não seja essa, mas outra…

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