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Espanha: máscara deixa de ser obrigatória mas vai continuar a ser utilizada

O ser humano associa conceitos para entender a realidade. E a utilização da máscara está associada a um contexto de segurança.

A definição de máscara obrigatória em zonas ao ar livre vai desaparecer em Espanha. E, esperam os locais, de forma permanente.

A medida está em vigor desde a véspera de Natal do ano passado, para tentar travar a subida do número de casos de COVID-19 mas, a partir da próxima quinta-feira esse utensílio não tem de ser visível nas ruas de Espanha.

Apesar disso, muitas pessoas deverão continuar a utilizar a máscara, mesmo na rua: “O ser humano associa conceitos para entender a realidade. E traduzimos isso na nossa mente”, começou por dizer o psicólogo José Antonio Galiani.

Em declarações à rádio Cadena SER, Galiani lembrou que, nos primeiros tempos da pandemia, a máscara era uma espécie de salvação para o clima de incerteza e de instabilidade: “Assimilámos a ideia de que a máscara era sinónimo de protecção. E assimilámos a ideia de que não utilizar máscara deixa-nos desprotegidos“.

“E esse significado mantém-se, apesar de agora as circunstâncias serem diferentes e apesar de a ameaça e o perigo, que originaram essa associação, serem muito menores”, continuou.

Esta explicação cruza-se com as palavras de Stephanie Rowcliffe, que em entrevista ao ZAP também previu que o “reflexo” de utilizar máscara em Portugal – em espaços interiores, na altura – iria prolongar-se.

“Já nos parece estranho não ter máscara. Isto demora. Tanto se disse que não nos íamos livrar da máscara, que essa ideia ficou como perpétua. Ficou a crença de que «nunca mais» iríamos tirar a máscara“, disse a psicóloga.

O médico Salvador Peiró, igualmente na rádio espanhola, repetiu uma ideia defendida em Portugal: utilizar máscara ao ar livre não é muito relevante na luta contra a COVID-19. “Essa medida não foi aplicada em quase nenhum país”.

Mais uma vez, é a psicologia a evidenciar-se: “Os argumentos que têm sido apresentados não estão tão relacionados com a possibilidade de transmissão do vírus, mas sim com o nível psicológico“.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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