Após três anos de a Inspeção-Geral da Educação e a Ciência (IGEC) ter começado a auditar escolas para reduzir diferenças entre notas internas e notas dos exames nacionais, já se começam a ver efeitos.
De acordo com o jornal Público, que cita um relatório relativo a 2019, a IGEC interveio em 11 estabelecimentos de ensino com um desalinhamento acentuado — 10 escolas privadas e uma pública — e oito reduziram a discrepância registada entre os valores atribuídos a estudantes do ensino secundário.
No topo das maiores alterações destas escolas em que o IGEC interveio está o Colégio do Atlântico, no Seixal, que baixou o desalinhamento de 1,72 valores para 0,43, e o colégio Cidade Roda, em Pombal, que baixou de 1,75 para 0,35.
A escola que registou a menor diferença é a Escola Básica e Secundária de Paredes de Coura, de ensino público, que baixou de 1,54 para 1,46 valores
Na generalidade do ensino, a discrepância no valor atribuído pelas escolas e o conseguido nos exames pelos alunos tem vindo descer.
Em 2018, a classificação interna das escolas no país era de 1,4 valores. Em 2019, este valor desceu 1,07. Nas 11 escolas auditadas, a diminuição é mais acentuada: em 2018 a diferença era de 1,82 e em 2019 é de 1,33.
Um dos motivos para esta diferença está no facto de os alunos que transitaram do ensino público para o ensino privado terem melhorado a classificação em várias disciplinas.
Em quase metade das escolas auditadas (45,5%), o tema da inflação de notas nunca tinha sido discutido nos órgãos internos. Em cerca de dois terços dos estabelecimentos de ensino (63,6%), “não se identificou o desenvolvimento de planos de melhoria visando debelar os desalinhamentos excessivos”.