O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, defendeu esta quarta-feira a necessidade de reduzir as turmas e de testar “todos os contactos próximos” de casos positivos de covid-19.
“Não há dúvida nenhuma que o ensino presencial é preferível ao ensino à distância”, afirmou Mário Nogueira, pedindo que se encontre “forma de criar turmas mais pequenas para garantir o distanciamento” físico.
O dirigente da Fenprof falava em conferência de imprensa virtual após o anúncio das medidas do novo confinamento geral que mantêm em funcionamento todos os estabelecimentos de ensino.
Mário Nogueira considerou a decisão do Governo de manter todos os escalões de ensino ativos em regime presencial acertada desde que tenha em conta a opinião dos especialistas.
O secretário-geral da Fenprof reforçou que não se pode repetir o que aconteceu no primeiro período: “Não basta dizer que as escolas vão estar abertas, é preciso fazer mais do que foi feito”, caso contrário, “o Governo pode estar a tomar uma posição verdadeiramente irresponsável”.
Para a Fenprof, “os testes têm de ser obrigatórios” em situação de infeções próximas e recusa que as escolas não sejam um fator de contágio, afirmando que nos últimos seis meses houve um aumento da taxa de infeção nos jovens em idade escolar.
Mário Nogueira alertou ainda para a necessidade do “reforço imediato” de operacionais para as limpezas das escolas, para a integração dos professores na segunda fase de vacinação e para a proteção dos professores que pertencem a grupos de risco.
O novo período de confinamento, que é semelhante ao de março, começa às 0h de sexta-feira e está previsto até 30 de janeiro. Esta quarta-feira, o primeiro-ministro António Costa anunciou que há uma “nova e única relevante exceção”: o normal funcionamento das escolas. “Iremos manter em pleno funcionamento todos os estabelecimentos educativos [creches, escolas e universidades], como têm estado a funcionar até agora”, disse Costa.
“As escolas são um local seguro e têm tido um comportamento exemplar. Tendo pesado os prós e contras da decisão, os prós superam os contras”, considerou Costa, acrescentando que vai existir uma “campanha de testes antigénio para detetar casos”.
Portugal ultrapassou esta quarta-feira os 500 mil infetados com covid-19 registados desde o início da pandemia, em março de 2020, e já morreram 8.236 pessoas, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.963.557 mortos resultantes de mais de 91,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
ZAP // Lusa