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“Entrevista apaixonada”. Rio diz que Costa se voltou a declarar ao BE e ao PCP

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Rodrigo Antunes / Lusa

O líder do PSD, Rui Rio, afirmou este sábado que o primeiro-ministro, António Costa, se voltou a “declarar” ao Bloco de Esquerda e ao PCP, considerando que o líder do Executivo “não consegue viver” sem os antigos parceiros.

Rui Rio recorreu este sábado ao Twitter para reagir à entrevista de António Costa ao semanário Expresso, durante a qual o primeiro-ministro disse que haverá uma crise política caso não exista acordo para aprovar o Orçamento do Estado para 2020 e, que sem entendimento à esquerda, recusará negociar à direita a subsistência do Governo.

Na mesma entrevista apaixonada em que se volta a declarar ao BE e ao PCP, dizendo que não consegue viver sem eles, e propondo um casamento em regime de comunhão geral, António Costa diz que o centro político se revê no PS e não no PSD”, escreveu.

Também a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, recorreu à mesma rede social para reagir à entrevista, considerando as declarações do primeiro-ministro um “ultimato”.

“Não é o primeiro ultimato sobre crise política. Não resolve nada e não mobiliza ninguém. Precisamos, isso sim, de respostas fortes à crise sanitária, social e económica. Desde logo, no OE2021. O Bloco concentra-se nas soluções para o país”, escreveu a coordenadora bloquista na mesma rede social.

PCP diz que problemas não se resolvem “ameaçando com crises”

Por sua vez, o Partido Comunista Português (PCP) disse este sábado, reagindo a declarações do primeiro-ministro a admitir uma eventual crise política, que os problemas “não se resolvem ameaçando com crises”, mas sim procurando soluções.

Os problemas não se resolvem ameaçando com crises, mas sim encontrando soluções para responder a questões inadiáveis que atingem a vida de milhares de pessoas e com opções que abram caminho a uma política desamarrada das imposições da União Europeia e dos compromissos com o grande capital”, afirmou, em comunicado, o PCP.

Na nota enviada à agência Lusa, o PCP realçou ainda que “não basta declarar que não se quer nada com o PSD, é preciso que não se façam as mesmas opções que este faria”.

“Tanto mais quando se continuam a registar em diversas matérias relevantes convergências entre os dois partidos“, acrescentou.

Na entrevista ao Expresso, este sábado publicada, o primeiro-ministro avisa que se não houver acordo para a aprovação do OE para 2021 haverá crise política e que, sem entendimento à esquerda, recusará negociar à direita a subsistência do Governo.

“Se não houver acordo, é simples: não há Orçamento e há uma crise política. Aí estaremos a discutir qual é a data em que o Presidente [da República] terá de fazer o inevitável”, respondeu o líder do Executivo.

Num recado sobretudo dirigido aos parceiros de esquerda do PS no parlamento, António Costa considera que “quem não quer assumir responsabilidades deve dedicar-se a outra atividade”, porque a atividade política requer “assunção de responsabilidades”.

“Os outros partidos não querem ter responsabilidades pelo desemprego de janeiro de 2022? Quem foge das responsabilidades relativamente aos problemas foge da responsabilidade de definir as soluções. Se queremos que haja menos desemprego em 2022, temos de atempadamente definir as políticas“, defendeu.

ZAP //

2 Comments

  1. Os tempos que aí vêm não serão fáceis, oxalá estivessem todos enganados. Poderá não ser ainda necessário um governo de salvação nacional, mas parece claro que o PR tem razão em afirmar que os partidos têm de entender que não pode haver uma crise política nestes tempos.
    Não se compreende como, neste contexto, o PM vem engrossar a voz e chantagear os parceiros da geringonça, ao mesmo tempo que mostra uma inflexibilidade total para com o PSD. Parece esquecido de duas coisas: primeiro: o eleitorado não lhe conferiu maioria absoluta e, portanto, “condenou-o” a negociar; segundo: ele próprio um negociador, tem experiência de acordos com todos, mesmo com o PSD, tanto no Parlamento como na CM de Lisboa

  2. Rui Rio de entre voces dois qual o melhor para namorar, deves sofrer de Alzheimer para não te lembrares de que já fizeste o mesmo com o Chega, eu e milhares de portugueses queríamos era saber o que propões para o País e como as ias pôr em prática, mas isso nem tu sabes assim como a actual classe política, quando não se tem ideias nem se sabe o que fazer fala se dos outros.

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