Os enfermeiros que trabalham nos hospitais públicos portugueses dos salários médios mais baixos da OCDE: cerca de 1.285 euros por mês.
O montante coloca os enfermeiros portugueses no grupo dos que têm os salários médios mais baixos entre os vários países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Portugal continua no fim da tabela quando são eliminadas as diferenças nos custos de vida entre os vários países.
Nos 26 países analisados pela organização no estudo, citado pelo Jornal de Negócios, os enfermeiros portugueses estão entre os que ganham pior em termos absolutos e em paridade de poder de compra (PPC). Só na Turquia, Estónia e México os enfermeiros ganham menos do que em Portugal.
O estudo sustenta-se em dados remuneratórios de 2017, o primeiro ano completo em que, em Portugal, os trabalhadores da Função Pública deixaram de ter cortes salariais. Os salários médios dos enfermeiros dos hospitais públicos totalizavam os 18 mil euros anuais, cerca de 1285 euros mensais, em valores brutos e incluindo subsídios de Natal e férias.
O montante não contabiliza os rendimentos adicionais, como o pagamento de horas noturnas, fins de semana e bónus ou horas de trabalho suplementar, que são comuns entre a classe.
Em paridade de poder de compra – considerando o que o salário permite efetivamente comprar em cada país – a posição de Portugal comparativamente aos outros países é ainda pior.
Só a Estónia paga aos enfermeiros salários inferiores do que os pagos nos hospitais públicos em Portugal. Se o custo de vida fosse igual em todos os países analisados, os salários pagos aos enfermeiros em Portugal seriam os segundos mais baixos.
A OCDE colocou-se a defesa do enfermeiros, segundo o Dinheiro Vivo. “Portugal não dispõe de uma estratégia abrangente para enfrentar os custos do envelhecimento relacionados com a saúde”, disse, juntando-se assim às críticas da Comissão Europeia. Um dos grandes problemas é a falta de enfermeiros.
“Embora tenha havido um forte aumento no número de enfermeiros na última década, em Portugal, a escassez persiste. Além disso, o número de diplomados em enfermagem nos últimos anos tem sido baixo, refletindo em parte a redução no número de alunos aceites pelos programas de enfermagem durante a crise financeira”.
No mesmo estudo, a OCDE relembra que “à medida que a população idosa aumenta, os gastos com saúde pública também sobem”. Por isso, “prevê-se que os gastos públicos com a saúde aumentem muito rapidamente em comparação com outros países europeus, passando de 5,9% do PIB em 2016 para 8,3% em 2070”, diz a organização, citando previsões da Comissão Europeia.
A recomendação surge num momento muito delicado e agressivo na relação entre esta classe profissional e o governo, tendo o primeiro-ministro, António Costa, dito coisas como as atuais greves dos enfermeiros são “selvagens” e “absolutamente ilegais”.
Seria bom acrescentar que TODOS os Trabalhadores portugueses dos vários ramos de actividade, são dos mais MAL PAGOS da Europa e que se o salário mínimo nacional tivesse sido actualizado deste 74, em vez de andarem a roubar os dinheiros públicos e a criarem fortunas pessoais nas off-shores, já ia em mais de € 1.200,00…
… cheguei tarde porque venho acrescentar pouco ao caro José Camargo, seria interessante que OCDE comparasse o salário médio dos portugueses com estudos universitários com o dos enfermeiros.
Quantos como eu, apesar de ter terminado o meu curso em 98, têm de continuar a sobreviver com a vergonha do salário mínimo actual! Ou estão desempregados.
Desses não falam as notícias.
Já não chega estarem a prejudicar doentes inocentes e ainda lhes dão tempo de antena.
Mudem de emprego!