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Encontrado corpo de jovem desaparecido após explosão num prédio em Lisboa

José Sena Goulão / Lusa

O corpo do jovem que estava desaparecido após a explosão ocorrida este domingo num prédio em Lisboa foi encontrado, na madrugada desta segunda-feira.

Fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros confirmou à agência Lusa que o corpo foi encontrado pelas 02h45 e esta manhã o regimento já não tem meios no local.

De acordo com informação divulgada pelo município, havia a indicação de que o jovem desaparecido tinha 24 anos.

A explosão na Rua de Santa Marta, em Lisboa, seguida de incêndio e derrocada, ocorreu ao início da manhã de domingo. A parte da frente do edifício ruiu e várias projeções atingiram o Hospital de Santa Marta. A explosão atingiu também viaturas estacionadas naquela rua do centro de Lisboa.

Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, uma em estado grave. Quatro delas tiveram, entretanto, alta hospitalar, sendo que apenas permanece internado o ferido em estado grave.

Segundo o Diário de Notícias, viviam nove pessoas no edifício, sendo que duas delas não se encontravam lá no momento da explosão. Outras 47 tiveram de ser retiradas dos edifícios contíguos. Entretanto, durante a tarde de domingo, depois de duas vistorias, 34 puderam regressar e as restantes 13 pessoas encontraram local para pernoitar.

Segundo o vereador da Proteção Civil, Carlos Castro, a explosão poderá ter sido originada por uma explosão de gás.

“Cenário de estado de guerra”

Testemunhas da explosão descreveram horas de “aflição” e um “cenário de estado de guerra” encontrado no local com janelas partidas, destroços espalhados e pessoas a “pedir socorro”.

Maria José Figueiredo, moradora na Travessa do Enviado da Inglaterra, nas traseiras do edifício habitacional, estava a dormir quando ocorreu a explosão e saiu tal como estava, com o seu robe branco.

“Estava a dormir, a cama saltou, viemos para a rua conforme estávamos, numa aflição, pensei que fosse um terramoto“, descreveu à agência Lusa a moradora e também proprietária há 30 anos da Marisqueira de Santa Marta.

Como ela, também outros vizinhos saíram das suas casas com a explosão e vieram para a rua. Na Travessa do Enviado da Inglaterra vive também o seu filho, cuja casa está “num estado de guerra”, descreveu, acrescentando que no seu terraço estão “detritos do prédio, janelas inteiras e pedaços de telhas”.

Quando se deslocou à marisqueira, Maria José Figueiredo encontrou a grade aberta e fechadura rebentada e, por sorte, os vidros não partiram.

“A grade abriu-se sozinha e a fechadura estava rebentada“, disse, esperando, no entanto, poder abrir o seu estabelecimento já esta segunda-feira.

À semelhança de Maria José Figueiredo, José Cruz, funcionário da pastelaria Fórum, paredes meias com o prédio que ardeu, encontrava-se na fábrica da pastelaria quando ocorreu a explosão.

“De repente, ouvi um estrondo. Estava na parte da fábrica da pastelaria e vi do lado direito, cair o teto. Fiquei muito assustado, olhei para a parte do serviço de balcão e estava tudo estilhaçado e com os vidros partidos”, contou à Lusa.

Ao dirigir-se à porta da pastelaria, José Cruz viu o prédio “a abater” e cá fora “quatro ou cinco pessoas a pedir socorro”.

“Vi uma pessoa a pedir socorro soterrada”, disse o funcionário, cujo carro ficou completamente destruído pois estava parado mesmo em frente ao prédio.

José Pontes, senhorio de um hostel num dos prédios daquela rua afirmou à Lusa que vai ser feita uma avaliação ao espaço para averiguar os danos causados.

ZAP // Lusa

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