A Berry Dream, onde o marido de Inês Sousa Real continua a deter uma quota, recebeu apoios de programas comunitários em 2013, mas não tem no terreno cartazes obrigatórios a identificar que beneficiou desses fundos.
Segundo avança o Correio da Manhã, a Berry Dream recebeu mais de 171 mil euros em fundos comunitários destinados a apoiar a agricultura. Esta empresa é uma das duas que a líder do PAN deteve quotas, sendo o marido de Inês Sousa Real agora um dos seus sócios, e em Abril de 2013 venceu uma candidatura a fundos europeus a apoio perdido integrados no programa Jovem Agricultor.
O gabinete da deputada afirma que os fundos foram recebidos em cinco tranches em 2013, 2014 e 2015. “As verbas foram aplicadas na concretização de intervenções, tais como construção de furo, montagem de câmaras frigoríficas e certificações”, explica.
Para além da Berry Dream, cuja quota Inês Sousa Real passou para a sogra que imediatamente a passou para o filho em 2019, a líder do PAN também detém uma quota de 25% da Red Fields, outra empresa de produção de frutos vermelhos, localizada no Montijo. A deputada tem dito nos últimos dias que está a tratar da cessação da posse das suas quotas.
O CM refere também que os terrenos da Berry Dream não incluem qualquer referência ao apoio recebido pelo programa comunitário, algo que o Ministério da Agricultura define como obrigatório e que pode durar até sete anos.
O jornal questionou o gabinete da líder do PAN sobre os apoios e sobre a falta de identificação dos apoios, mas não obteve resposta e avança também que vários agricultores que trabalham nas imediações dos terrenos da Berry Dream afirmam que os túneis usados são para a agricultura intensiva, algo que Inês Sousa Real tem negado.
Recorde-se que o PAN já reforçou a sua confiança na líder e defendeu Inês Sousa Real, com o dirigente Albano Lemos Pires a considerar os pedidos de demissão “completamente disparatados” e a afirmar que não acredita que o caso vá influenciar os resultados eleitorais nas legislativas de Janeiro.