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Ministério da Educação não revela o número de casos em escolas desde o início do ano letivo

Paulo Novais / Lusa

Numa altura em que muitas turmas de várias escolas do país tiveram de voltar ao ensino à distância, devido ao surgimento de infeções, o Ministério da Educação não revela quantos alunos, discentes ou docentes ficaram infetados desde o início do ano letivo. Contudo, e apesar do aparecimento de novos casos de covid-19, Graça Freitas avalia o arranque das aulas de forma positiva.

O ano letivo iniciou-se de uma forma atípica e controversa, devido à pandemia que se instalou em Portugal e no mundo nos últimos meses. As aulas só começaram há pouco mais de uma semana e já pelo menos cinco estabelecimentos encerraram de forma temporária, ou tiveram de optar por enviar alunos para casa por causa de casos covid-19.

Contudo, até agora, o Ministério de Educação não revela quantos casos de covid-19 foram detetados. Esta terça-feira, o Público questionou a tutela, de forma a tentar perceber quantas escolas tinham registado novas infeções – tanto em alunos, como funcionários ou professores – e quantas turmas tinham sido colocadas em ensino online.

Uma fonte do Ministério da Educação respondeu hoje, mas não revelou nenhum dado, redirecionando as perguntas para o documento publicado no início de Setembro pela DGS, que tem como objetivo orientar as escolas no caso de surgirem casos suspeitos ou haver a confirmação dos mesmos.

O jornal Público falou com a DGS, para tentar perceber qual o organismo responsável por centralizar estas informações, e por avaliar quantas instituições foram afetadas com pequenos surtos.

A Direção-Geral de Saúde referiu ao jornal que “todas as notificações clínicas de casos confirmados são do conhecimento dos vários níveis de autoridade de saúde: nacional, regional e local. As informações específicas relativas à ocorrência de surtos a nível local são do conhecimento da autoridade de saúde territorialmente competente”.

O Público questionou cada Administração Regional de Saúde do continente, sobre quantas vezes é que as equipas de saúde pública tiveram que intervir em recintos escolares desde o início do ano letivo. Apenas a ARS-Algarve respondeu: “Até à data, foram feitas sete intervenções junto de escolas da região”, não avançando com um número especifico de casos de covid-19.

De acordo com o Público, o Ministério da Educação realça que em Portugal existe “um universo atual de cerca de 1,2 milhões de alunos do ensino pré-escolar ao ensino secundário, a que se somam cerca de 210 mil docentes e não-docentes, distribuídos por 812 agrupamentos escolares e mais de 5000 escolas”.

Uma fonte da tutela diz ainda que estes dados não estão ainda completamente consolidados uma vez que os ajustes do inicio do ano letivo ainda não estão todos fechados. A mesma fonte explicou que as escolas têm autonomia para tomar decisões e não estão obrigadas a reportar estes acontecimentos de forma periódica.

Graça Freitas, disse, na segunda-feira, que o arranque do ano letivo se tem desenrolado de forma positiva. A diretora-geral da Saúde considerou que esse regresso correu “bastante bem”, considerando que a reabertura das escolas implicou um grande fluxo de pessoas.

Ainda assim, e apesar do balanço positivo, nos primeiros dias de aulas já foram relatados casos positivos de infeção pelo novo coronavírus em algumas escolas.

ZAP //

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