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O tráfico da “eco-máfia” que a UE tenta combater (porque o lixo dá muito lucro)

Exportação de resíduos na Europa passa a estar limitada – um terço será ilegal. Organizações criminosas ganham milhares de milhões de euros.

Provavelmente há muitos leitores que não têm essa noção, mas o lixo é um negócio. E muito lucrativo para alguns, na Europa.

Um terço das exportações de lixo proveniente de países europeus será ilegal. E há organizações criminosas a ganhar milhares de milhões de euros com isso.

É uma “eco-máfia”, um tráfico que envolve muitas vezes empresas e políticos.

O canal Euronews pega no exemplo dos 300 contentores cheios de resíduos que seguiram ilegalmente da Europa rumo à Tunísia – viriam a ser devolvidos.

Já em 2024, em Itália, foram apreendidas 82 toneladas de resíduos, igualmente a caminho da Tunísia.

No porto de Génova, por exemplo, passam resíduos exportados com falsas declarações aduaneiras. Foi apreendido um contentor cheio de borracha queimada, que ia para a Tailândia – país sem capacidade de reciclagem.

Também em Itália, mas em Génova, apareceu um contentor que supostamente iria levar equipamento novo para a Malásia; mas afinal tinha resíduos electrónicos, como descodificadores de televisão antigos.

Agora a União Europeia (UE) tenta travar essa eco-máfia, ao limitar a exportação de resíduos e ao incentivar a reciclagem.

O novo regulamento europeu, que já está a ser aplicado, obriga os países fora da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico a provar que têm capacidade para tratar os resíduos de forma sustentável para poderem receber o lixo.

Está prevista a proibição da exportação de resíduos de plástico para fora da UE.

A ideia é que o dinheiro entregue a empresas para reciclagem seja realmente utilizado em reciclagem. Há organizações criminosas que tentam lucrar com o dinheiro investido na reciclagem.

Porque, pegando no exemplo dos resíduos electrónicos, quando chegassem à Malásia, iriam ser esmagados para recuperar os metais preciosos. O que sobra pode acabar em aterros ilegais.

ZAP //

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