Duterte admitiu ter abusado sexualmente de uma mulher quando era adolescente

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, revelou num discurso público que, quando era adolescente, tentou abusar sexualmente de uma empregada que trabalhava na sua casa enquanto esta dormia.

Duterte descreveu a situação na semana passada, durante um discurso púbico na cidade de Kidapawan, capital da província de Cotabato, no qual revelou ter entrado no quarto da mulher quando esta dormia. “Levantei o cobertor (…) tentei tocar-lhe por debaixo da roupa. Estava a tocar-lhe. [A mulher] acordou e eu saí do quarto”, disse o líder das Filipinas citado pelo jornal espanhol El País.

O líder das Filipinas acrescentou que admitiu a um padre da escola católica onde estudava que voltou a entrar no quarto da mulher e que tentou voltar a abusar dela. De acordo com Duterte, citado pelo Rappler, o padre disse-lhe para rezar “cinco Pais Nossos, seis Avé Marias”, uma vez que iria “para o inferno”.

As afirmações de Duterte, que já por diversas vezes teceu comentários depreciativos sobre as mulheres, provocaram indignação entre as organizações de defesa dos direitos das mulheres. O partido político Gabriela, que representa alguns destes grupos, considera que as afirmações equivalem a admitir uma violação.

“A violação não acontece apenas através da penetração com o pénis. Se for com um dedo ou com um objeto é considerada violação”, realçou a secretário-geral do partido, Joms Salvador. O partido exigiu ainda a renúncia do Presidente, classificando as suas palavras coo “repulsivas”.

Salvador disse ainda que este tipo de declarações são muito “prejudiciais”, não só para as mulheres, mas também para os homens, uma vez que estes acabam por alterar a forma com veem as mulheres, escreve ainda o jornal espanhol.

Entretanto, e depois das várias críticas, o porta-voz do Presidente filipino afirmou que estes comentários foram “inventados” pelo próprio Duterte no discurso de domingo, tendo o líder das Filipinas “exagerado” a contar o que realmente aconteceu.

“O Presidente inventou uma história para chamar à atenção da agressão que ele e os seus colegas sofrerem na escola”, disse Salvador Panelo.