O candidato pelo partido republicano disse que ia financiar a sua campanha pelo seu próprio bolso mas, afinal, parece que vai ter de usar outra estratégia.
“Estou a financiar a minha própria campanha”, disse várias vezes Donald Trump, desde que anunciou a sua intenção de concorrer à Presidência dos Estados Unidos.
Em setembro do ano passado, numa publicação no Facebook que obteve mais de 300 mil gostos, o milionário garantia que ao fazer isso não era “controlado por doadores, interesses ou lobbies”.
Na altura, o candidato decidiu confiar na projeção dada pelos media americanos, que tanto tempo de antena lhe deram graças às suas declarações polémicas.
Trump gabou-se mesmo de estar a conseguir fazer uma campanha mais económica do que outros candidatos, não precisando de anúncios televisivos ou de tantos funcionários.
Por exemplo, a sua equipa limita-se a 70 funcionários, enquanto que o da adversária Hillary Clinton tem quase 700 trabalhadores.
Porém, segundo a BBC, tudo leva a crer que o magnata vai ter de inverter o sentido das suas palavras e começar mesmo a pedir dinheiro para assegurar que a sua campanha não vá ao fundo.
Segundo a Comissão Eleitoral Federal, no final de maio, a campanha do republicano dispunha apenas de 1,3 milhões de dólares, uma quantia muito baixa para um candidato presidencial.
Por comparação, a adversária democrata tinha, na mesma altura, cerca de 42 milhões.
O mesmo desequilíbrio verifica-se no investimento das duas campanhas: Hillary recebeu 238 milhões de dólares, quase quatro vezes mais do que os 63 milhões que Trump recebeu desde o início do período eleitoral.
Agora que o candidato está quase a enfrentar a verdadeira campanha, que é incomparavelmente mais alta do que a que se faz nas primárias, espera obter recursos através de doações.
Para isso, fez um acordo com o Comité Nacional do Partido Republicano para arrecadar fundos de forma conjunta. No entanto, os seus objetivos parecem não estar a ser alcançados graças à sua forma de atuação.
Os habituais doadores do Partido Republicano estão com dúvidas em financiar um candidato tão controverso. Caso disso são os irmãos multimilionários Charles e David Koch, que controlam o grupo Koch Industries, um dos maiores dos Estados Unidos.
Na campanha eleitoral de 2012, por exemplo, os Kock contribuíram com milhões de dólares para ajudar o candidato Mitt Romney mas agora recusam-se a fazê-lo com Trump.
Por isso, o multimilionário (que afinal também tem problemas de dinheiro) tem até novembro para se mexer e conseguir levar a campanha a bom porto.
ZAP / BBC
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