O Chega organiza esta quarta-feira a sua primeira rentrée política, no Algarve, e o presidente e deputado único, André Ventura, antecipa que fará um discurso com críticas a outras forças políticas e ao Presidente da República.
O Chega vai ser o primeiro partido a fazer a rentrée, num ano em que, devido à pandemia de covid-19, a maioria das forças políticas escolheram não organizar os tradicionais eventos com grande número de pessoas e encontraram outras formas de assinalar o arranque da nova sessão legislativa.
O jantar-comício do Chega vai decorrer em Loulé e, segundo disse à Lusa o presidente da concelhia de Faro, são esperadas cerca de 350 pessoas. Numa nota enviada às redações, o partido refere que “o jantar decorrerá em conformidade com todas as normas de higiene e segurança indicadas pela Direção-Geral de Saúde no âmbito do combate à pandemia”.
Também em declarações à agência Lusa, o presidente demissionário, André Ventura, adiantou que irá abordar no seu discurso “a polémica” entre o primeiro-ministro e os médicos (na sequência do surto de Covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz), bem como “o silêncio cúmplice do PSD e da esquerda sobre essa polémica”.
O deputado único, que já manifestou intenção de ser candidato às próximas eleições presidenciais, promete criticar ainda “o silêncio” do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “sempre que o primeiro-ministro ou o Governo cometem erros”.
“O desaparecimento de cena do CDS”, o “desejo do PSD de se aproximar do Chega” ou as “exigências do Chega para qualquer aproximação” serão outros dos temas que Ventura tenciona abordar na iniciativa de esta quarta-feira.
Esta é a primeira vez que o partido, oficializado em abril do ano passado, assinala a rentrée política, dias antes da eleição do novo presidente e da segunda Convenção Nacional do partido, ambas marcadas para setembro.
No que toca a outros partidos, o PCP manteve a Festa do Avante! (marcado para 4, 5 e 6 de setembro), o PS lembra que estão agendados os congressos federativos para o fim de semana de 12 e 13 de setembro.
O BE “fará rentrées distritais nas duas primeiras semanas de setembro, de menor dimensão”, e o CDS indicou que pretende assinalar o reinício da atividade parlamentar e política nos Açores, onde se disputam eleições regionais em outubro.
O PSD cancelou os habituais eventos que decorrem nesta altura do ano, devido à pandemia, PAN e Iniciativa Liberal indicaram que não preveem assinalar a rentrée.
// Lusa