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Discoteca Lux aberta às 10 da manhã e Mariza e Tony Carreira num espectáculo-protesto no Campo Pequeno

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Lux Frágil / Facebook

Terraço da Discoteca Lux Frágil.

Em mais um sábado de recolher obrigatório, a discoteca Lux Frágil, em Lisboa, decidiu abrir entre as 10 da manhã e as 13 horas com um DJ set de Rui Vargas. Por outro lado, trabalhadores da Cultura e figuras conhecidas como Mariza e Tony Carreira participaram numa manifestação no Campo Pequeno, em Lisboa, num grito de ajuda.

Mais de oito milhões de portugueses, residentes em 191 concelhos, estão este fim-de-semana, tal como já aconteceu no anterior, sujeitos ao recolher obrigatório a partir das 13 horas, no âmbito do Estado de Emergência devido à pandemia de covid-19.

Uma medida que está a ter repercussões em diversos sectores, desde a restauração, que se manifestou no passado fim-de-semana, até à Cultura, onde se está a viver uma verdadeira “tragédia”, como destacou na TSF a presidente da Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos (APEFE), Sandra Faria.

A APEFE organizou, neste sábado de manhã, uma manifestação no Campo Pequeno, em Lisboa, que é “um alerta grande de colapso que a cultura está a viver neste país”, como sustentou Sandra Faria na rádio.

“É preciso os políticos e os decisores políticos assumirem se querem salvar a cultura ou não. A cultura é um bem essencial para a nossa saúde mental, para a nossa vida”, disse ainda a presidente da APEFE.

Sandra Faria referiu que há “130 mil trabalhadores a viver uma tragédia”, com “pessoas a mudar de profissão” e “músicos a venderem instrumentos para conseguirem sobreviver”.

Esta responsável apontou ainda que se registou uma quebra de 87% nas actividades culturais por causa da pandemia.

Assim, Sandra Faria apelou ao Governo para a necessidade de “subsidiar a fundo perdido este sector”, “para as empresas não fecharem, para não haver mais despedimentos, para conseguirmos continuar a trabalhar”.

“Exigimos que dessa bazuca económica que vem da União Europeia venha uma percentagem para a cultura e que haja apoios a nível da banca, do crédito, com taxas de juro, com spreads de 1%, com períodos de carência de um ano e meio, pelo menos, porque o que está a passar é que as empresas e as pessoas se estão a endividar para conseguirem sobreviver”, salientou Sandra Faria na TSF.

A manifestação do Campo Pequeno foi “organizada como se de um espectáculo se tratasse, com as regras sanitárias impostas pela DGS [Direcção Geral de Saúde] para as salas de espectáculo”, incluindo “lugar marcado”, “distanciamento social”, “organização da circulação” e “higienização das mãos”, como explicou Sandra Faria.

Entre os participantes na manifestação estiveram figuras conhecidas, como a fadista Mariza e o cantor Tony Carreira, além de elementos da Protoiro, a Federação Portuguesa de Tauromaquia.

Discoteca Lux abre entre as 10 da manhã e as 13 horas

Como forma de contornar a impossibilidade de abrir de noite, como é habitual nas discotecas, a Lux Frágil, em Lisboa, adaptou-se ao recolher obrigatório e, neste sábado, apresentou-se com um novo horário de funcionamento, entre as 10 da manhã e as 13 horas.

O programa para esta sessão matinal passou pela performance do artista iraniano Sorour Darabi e pela actuação do DJ Rui Vargas.

A discoteca funcionou no terraço, com entrada livre a maiores de 16 anos e “sujeita à lotação do espaço”, bem como “café” e bolinhos” para “quebrar o jejum sem matar ainda a fome”, como anunciaram os responsáveis do clube no perfil do Facebook.

Na semana passada, a Lux também adaptou os seus horários e de quarta-feira a sexta-feira funcionou entre as 16 e as 22 horas.

Movimento “A Pão e Água” vai voltar aos protestos

Em Guimarães e em Faro, empresários da restauração voltaram aos protestos na rua, neste sábado, criticando as medidas do Governo e pedindo mais apoios.

Os profissionais do comércio, cultura, hotelaria e restauração que se juntam no movimento “A Pão e Água” vão voltar a manifestar-se na próxima quarta-feira, dia 25 de Novembro, desta vez em frente à Assembleia da República.

O movimento considera que a actual situação do país “atingiu o limite da sobrevivência dos negócios e dos postos de trabalho, após vários meses de encargos, sem perspectivas de futuro, sem apoios e sem diálogo”.

Para reverter este cenário e atenuar as “enormes dificuldades” sentidas pelo sector, os profissionais exigem a adopção imediata do conjunto de medidas já apresentadas anteriormente, tais como a atribuição de apoios a fundo perdido, aos restaurantes, bares, discotecas, organizadores de eventos, músicos, actores, produtores, entre outros, pela redução de horário, bem como, a todos os seus fornecedores directos e indirectos.

O colectivo salienta que o protesto é “apolítico, de âmbito nacional, positivo e aberto a todos os que estão a sofrer com medidas desmedidas, desproporcionais e injustas, e que de variadíssimas formas estão a ser fortemente afectados pela situação actual, em virtude do regime do novo Estado de Emergência”.

O Parlamento aprovou, nesta sexta-feira, o prolongamento do Estado de Emergência, que terminava a 23 de Novembro, até 8 de Dezembro com votos contra de PCP, Os Verdes, Chega, Iniciativa Liberal e da deputada Joacine Katar Moreira. Bloco de Esquerda, CDS e PAN abstiveram-se e só PS e PSD votaram a favor.

O primeiro-ministro António Costa anuncia neste sábado, pelas 18 horas, as novas medidas que vão ser adoptadas a partir de 24 de Novembro.

86,3% da população portuguesa confinada

Neste fim-de-semana, mais de oito milhões de portugueses, residentes em 191 concelhos, estão sujeitos ao recolher obrigatório a partir das 13 horas.

Está em causa 86,3% da população residente no Continente. De fora ficam apenas 13,7% da população que reside em 87 concelhos de Portugal Continenal.

O grupo de territórios abrangidos, que continua a incluir todos os concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, pode ser consultado aqui.

Além do recolher obrigatório, o Governo estabeleceu que a abertura do comércio só pode acontecer entre as 8 da manhã e as 13 horas, excepto para farmácias, clínicas e consultórios, estabelecimentos de venda de bens alimentares até 200 metros quadrados com porta para a rua e bombas de gasolina, entre outros casos.

A restauração nestes concelhos só pode funcionar para entrega ao domicílio.

A proibição de circulação na via pública prevê um conjunto de 13 excepções de deslocações autorizadas, entre as quais para trabalhar como profissionais de saúde e agentes de protecção civil, a obtenção de cuidados de saúde, idas a estabelecimentos de venda de produtos alimentares e de higiene, assistência de pessoas vulneráveis, exercício da liberdade de imprensa e passeios pedonais de curta duração.

Além do recolher obrigatório, os concelhos com risco elevado de transmissão da covid-19 têm em vigor o dever de permanência no domicílio, a obrigatoriedade do teletrabalho, o encerramento dos estabelecimentos de comércio até às 22 horas e dos restaurantes até às 22:30 horas durante a semana, e a proibição de eventos e celebrações com mais de cinco pessoas, salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar.

Estas medidas especiais estão em vigor até às 23:59 do dia 23 de Novembro.

ZAP // Lusa

13 Comments

  1. Agora uma duvida, sempre houve desempregados em Portugal, mas curiosamente nunca vi um “artista” disponibilizar-se para fazer um concerto grátis para quem provasse que de facto o era (desempregado).

    Por favor não insultem, é apenas a minha opinião e pode eventualmente estar errada.

    • Estes parasitas ganham fortunas para distrair, se não juntaram para estas eventualidades problemas deles, o trabalhador ganha uns miseros tostões para manter a vivência de toda uma população e temque se sujeitar e governar a vida.

      Abaixo todos os oportunistas e corruptos do País.

      Esperem até vir uma guerra egostaria de ver a vossa atitude pedir paz.

      Já passei por duas guerras “pazinhos” e sobrevivi junto com milhares de Portugueses sem ter que mendigar.

      Já pensastes em trabalgar em coisas úteis?

      • Tanta ignorância que se vê por aqui.
        Ignorância de quem não está a passar por ela. Ignorância de quem neste momento não passa fome e tem pão para dar aos filhos…
        Tanta ignorância de quem fala de barriga cheia…
        Já pararam para pensar que os concertos não dão trabalho apenas aos artistas que estão no palco? Que há volta de um concerto há toda uma economia que gira? Aluguer de carrinhas e viaturas, restaurantes para refeições, hotéis para dormidas e até supermercados/pastelarias/padarias e outros onde se fazem as compras para o Catering nos camarins… e o palco? acham que um palco, um equipamento de som, um equipamento de luz, um gerador, um camarim se teletransportam sózinhos de lugar para lugar???
        Ok, concordo que o desconhecimento de como funcionam os espectaculos é geral pelo que vou explicar um pouco o funcionamento apenas sobre os concertos “normais” feitos ao ar livre e apenas para que percebam o porquê de artistas de renome tentarem dar maior visibilidade ao que se fala no artigo acima já que desde março toda a actividade cultural parou e há muitas famílias, que dependem exclusivamente dela, que estão a passar fome…mas isso, a vocês não vos interessa nada…
        Mas voltando ao curto esclarecimento sobre procedimentos básicos para um concerto de rua: Palco – precisa de ser transportado até o local do concerto. A seguir tem que ser descarregado e montado. A seguir chega o equipamento de som e luz com a respectiva equipa (normalmente 8 a 10 ou 12 pessoas) para efectuar a descarga e montagem. Um ou dois dias antes do concerto chegam os camarins para serem descarregados/montados e, eventualmente ligados à rede de água e esgotos. Estes camarins serão limpos e preparados por 1 ou 2 pessoas contratadas para o efeito.
        Durante a tarde chega a equipa técnica da banda (roadies, técnicos de som e de luz) com o respectivo Backline (para quem não sabe são todos os instrumentos da banda e afins) para fazer a montagem e primeiros testes de som e luz. A seguir chega a banda e artistas/cantores para fazer o sound-check (ensaio) a seguir há a pausa para jantar e depois o concerto que terá o seu início após um Line-check.
        Depois do concerto, dá-se início ao percurso inverso, desmontagem de tudo para depois então se poder ir descansar para o hotel ou voltar a casa se fôr o caso e a distância o permitir, mas, há artistas que a seguir ao concerto ainda vão dar autógrafos até à ultima pessoa presente.
        Informo ainda de que a maior parte das pessoas que giram em torno destes concertos trabalham a recibos verdes, e se há alguns que conseguem amealhar algum, a maior parte e porque os concertos acontecem na sua maioria apenas no verão, conseguem juntar dinheiro apenas até à próxima temporada, outros ainda que é basicamente “chapa ganha chapa gasta” já que, como todos os cidadãos, têm os seus impostos para pagar e, depois de pagar todas as despesas da família, pouco sobrará para juntar. E são estes que estão em profundas dificuldades por estarem sem trabalho desde março. Famílias a passar fome pois, mesmo que tentem trabalhar até em outros ramos, onde se encontra trabalho? Sabem que os próprios técnicos e outros ligados à cultura se uniram para ajudar estas famílias? Claro que não… mas então procurem pr exemplo a UNIÃO AUDIOVISUAL e vejam o que tem sido feito ao longo destes meses…
        Aproveito ainda para relembrar algumas das pessoas que fizeram comentários acima de que, quando há coisas que correm mal neste país, é aos artistas que se pede ajuda. Lembram-se de Pedrogão e dos incêndios? quantos artistas fizeram/participaram de concertos para angariar fundos? Quantos concertos de solidariedade se fazem todos os anos nestes pais?
        E isto falei apenas dos concertos, mas lembrem-se de quem tem sido impedido de trabalhar desde março: Circos, teatros, festivais, Feirantes e todos os afins numa festa local (carrinhos, de choque, carroceis, até a roulotte das farturas…) sem falar dos hotéis e restaurantes…

        Mas nós ligados à cultura queremos mesmo é QUE NOS DEIXEM TRABALHAR. QUEREMOS UM DIA VOLTAR…

  2. Lux Frágil com entrada livre e bolinhos ao pequeno almoço? Então não estão em crise, não precisa do subsídio a fundo perdido, ainda tem muito dinheiro de reserva…..

  3. REPORTAGEM CORONAVÍRUS
    Público 20/11/2020
    Eles (infetados) venceram a covid-19, mas enfrentam sequelas. Este centro (Centro de Reabilitação do Norte-DR. Ferreira Alves) ajuda-os.

    Seria bom que todos os que defendem a abertura indiscriminadamente dos espaços públicos vissem bem o que se passa naquele centro de reabilitação, o que o dito bichinho faz, as mazelas que deixa nas pessoas. Talvez, depois de verem naquilo em que são transformadas as pessoas pensassem duas vezes antes de exigirem o que quer que seja, “querem o dinheiro ou viver para o resta da vida dependentes de terceiros”?
    A título de visitante sugiro que as pessoas observem o que se passa nos centros de reabilitação nacionais, principalmente no atrás mencionado e no de Alcoitão. Corta o coração ver tantas pessoas, idosos e menos idosos, inaptas para o resto da vida deles. Será que querem engrossar as fileiras de deficientes a nível nacional? Pensem bem antes de se criar uma situação cujo retrocesso depois será impossível…..

    • A pandemia até certo ponto aliviou os touros da chacina infame, embora este verão algumas touradas foram erradamente permitidas. Não pelas pessoas que assistem a esse espectáculo cruel, estou—me nas tintas para essa gente, mas pelos touros e cavalos que não foram poupados.

  4. Chica das pandeiretas (feirante na região da beira baixa, porque ainda não arranjei emprego em economia, onde me graduei com 15 valores) e nota final de 15) diz:

    Oh sra Sandra Faria, vossemecê, que se diz representante dos trabalhadores da cultura, há-de concordar que tais trabalhadores são do mais criativo que há no universo. Basta por os olhos no Sr. Tony que até já teve umas encrencas por causa de tanta criatividade. Ora, sendo assim, por que não criam soluções alternativas, mudam de vida e arrebitam sem andar a pedinchar ao governo o que o governo não tem para dar. Por que não se transformam em batuqueiros e vão para África dançar o batuque que terão logo multidões de nativos a largarem tudo e a acompanhar-vos, partilhando vocês com eles as comidas locais, muito vegetarianas por sinal. Têm, além disso, tais povos uma noção de ritmo única no mundo, não é como os 130 mil cantaroleiros e quejandos que há em Portugal que, em cima dum palco, parecem esteios e quando martelam sons (eufemisticamente, cantam) fazem-no num tom enquanto os trombones e as gaitas ou lá o que eles usam o fazem noutro. A verdade é esta: a maioria dos espetáculos em Portugal são deploráveis e ainda querem dinheiro a fundo perdido e moratórias ou carências de anos em empréstimos a 1%? – Isto só na boca de quem nunca teve a noção do que diz e de princípios gerais de economia.
    Olhe, para terminar, quero dizer-lhe que expressei a minha opinião e a percepção que tenho, que correspondem a um direito constitucional. Espero por isso que não mande os seus jagunços insultarem-me. Espero, isso sim, argumentos apodíticos, se os houver, isto é, argumentos com um grau de evidência tal que não possam ser contraditados. Um santo natal e passe aqui pela santa terrinha, Tolões, que lhe ofereço a melhor pita que houver na capoeira para você comer na consoada, já que não tem ‘conserto’… de natal.

    • Onde está «a maioria dos espetáculos em Portugal são deploráveis (…)» deve ler-se «a maioria dos espetáculos em Portugal é deplorável»

  5. A Mariza devia ter um certo pudor (…) em ombrear com artistas que, esses sim, estarão a passar mal; porque quando ela estiver “nas lonas”, já os outros foram desta para pior!

  6. Por esta altura nos outros anos estavam a ser preenchidas vagas de emprego na hotelaria, serviços e comércio para se conseguir aguentar o Natal e fim de ano… Isto é algo que não está acontecer em 2020 e por incrível que pareça estão a ser despedidas pessoas que vão engrossar a lista de desemprego já a partir do próximo ano. Relembro que o número de desemprego é o mais alto dos últimos 20 anos apesar de ninguém estar minimamente preocupada… Enquanto fomos espectadores do número de casos a crescer na Europa o governo português não fez nada… Agora a Europa está a deminuir o número de casos e Portugal a aumentar por incompetência política… 96% das pessoas com covid estão a ser curadas em casa o que me leva a crer e a dizer que o problema dos hospitais cheios é um problema estrutural que já se arrasta à anos incluindo no inverno e que parece que os portugueses só acordaram agora para a realidade…. O governo esse está se a burrifar para o problema estrutural da saúde, cria uns estados de emergência para segurar as pontas soltas e impedir que mais pessoas frequentem os hospitais públicos…. Uma coisa ficamos a saber… Primeiro que somos um povo individualista e que só se preocupa com seu umbigo… Segundo o mundo pode estar a cair mas o importante é o eu… Terceiro algumas pessoas começam a unir se contra estas medidas, alguns são tímidos nos protestos outros nem tanto, o facto é que o descontentamento aumenta…

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