A Dinamarca e a Noruega foram os dois primeiros países a levantar as restrições na Europa, começando por abrir creches e escolas primárias.
Na Dinamarca, as escolas fecharam a 16 de março, no mesmo dia em que Portugal encerrou os seus estabelecimentos de ensino. A diferença é que as escolas começaram a reabrir passado um mês, a passos de caracol: primeiro as creches, seguidas das primárias e, por último, as escolas secundárias.
De acordo com o Expresso, este foi o primeiro país a abrir as portas dos estabelecimentos de ensino e, três semanas depois, a situação mantém-se controlada.
Sílvia Schiermacher, conselheira cultural na embaixada portuguesa no país, adiantou ao matutino que o balanço ainda não foi oficialmente apresentado, “mas na comunicação social quase não se ouve falar de problemas“.
A responsável referiu ainda que as autoridades dinamarquesas têm feito “um grande esforço de comunicação e informação, que gera confiança”. O segredo da Dinamarca é mesmo o facto de a população confiar no Governo e nas autoridades para combater a pandemia de covid-19.
Para Gert Tinggaard, professor do Departamento de Ciência Política da Universidade de Aarhus, a confiança social aumenta a cooperação voluntária entre a população, sem que sejam forçadas por terceiros, nomeadamente pelo Governo.
O país nórdico está a cumprir as diretrizes do Governo, num autêntico “esforço comunitário”, porque sabe que o Estado fará tudo o que puder para conter a pandemia e agirá em prol do interesse comum, adiantou o investigador.
A evolução da pandemia na Dinamarca segue uma tendência de descida – 145 novos casos a 7 de maio, num país com pouco mais de metade da população de Portugal. Apesar disso, o Expresso avança que já houve casos positivos em escolas. No entanto, ao mínimo sintoma “fica-se em casa, contacta-se o médico de família e faz-se o teste”, refere a conselheira Sílvia Schiermacher.
A Noruega começou a reabrir as creches a 20 de abril e as escolas primárias a 27 do mesmo mês. Segundo António Quinteiro Nobre, embaixador português em Oslo, o balanço é “globalmente positivo“. “Gerou-se um progressivo sentimento de segurança face às medidas de limpeza e distanciamento adotadas.”
A situação continua controlada no país, que não regista focos de contágio específicos em instituições de ensino. A noruega foi um dos primeiros países a decretar o isolamento e, até ao momento, o país com pouco mais de cinco milhões de habitantes registou 8.055 casos de infeção.
O que estes dois países têm em comum é o facto de as regras serem muito apertadas. Os pais não entram nos estabelecimentos de ensino; as mãos lavam-se com muita regularidade e os brinquedos várias vezes ao dia; as crianças dividem-se por grupos e priviligiam-se atividades ao ar livre.
Coronavírus / Covid-19
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