É dia de sismos em Portugal. Três foram sentidos pela população

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Quatro sismos registados em poucas horas. Um deles decorreu de madrugada e foi sentido em Peniche.

Portugal continental registou quatro sismos em poucas horas, todos acima de magnitude 2.2 na escala Richter.

Nenhum terá causado estragos mas a sequência dos abalos é incomum nos últimos tempos.

Ao olharmos para o mapa da sismicidade do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), verificamos que, ao longo do último mês, metade dos oito sismos acima de 2.2 foi registada, ou ontem à noite, ou já na madrugada de hoje, segunda-feira. Os outros quatro foram “espalhados” pelas últimas semanas.

Os dois primeiros a esta escala foram perto de Montemor-o-Novo, na noite de domingo – ambos depois das 21h. Num espaço de oito minutos, abalos de 2.6 e de 2.9. A profundidade não é indicada pelo IPMA. Segundo a mesma entidade, a população sentiu os sismos mas não há registo de danos pessoais ou materiais.

Três horas depois, já depois da meia-noite, novo sismo de 2.9 mas próximo de Peniche. Foi sentido pela população.

Ainda de madrugada, quase ao nascer do sol (5h30), foi a vez da zona de Portimão ser o epicentro de um sismo de 2.2.

Magnitude e intensidade

Todos estes sismos são considerados muito pequenos, porque enquadram-se entre as magnitudes 2.0 e 2.9 na escala de Richter.

Abaixo de 2.0 são micro-sismos. Entre 3.0 e 3.9 são sismos pequenos; os ligeiros são entre 4.0 e 4.9; já os moderados passam dos 5.0 aos 5.9; um sismo entre 6.0 e 6.9 é forte; grandes sismos são entre 7.0 e 7.9 (como os na Turquia e Síria neste ano); um sismo entre 8.0 e 8.9 é importante; excepcionais são entre 9.0 e 9.9; acima de 10 é um sismo extremo.

Já a escala de Mercalli modificada reflecte a forma como o sismo foi sentido na zona em causa. Vai de imperceptível a danos quase totais.

Refira-se que os dois sismos em Montemor-o-Novo, na noite passada, foram sentidos com intensidade máxima IV na escala de Mercalli modificada – o que significa que foi sentido com intensidade moderada: carros e objectos balançam, janelas, portas e loiças tremem, por exemplo.

O presidente da Câmara Municipal do concelho alentejano, Olímpio Galvão, disse na rádio TSF que os edifícios mais antigos e municipais estão a ser analisados para ver se há estragos.

O autarca descreveu que o segundo sismo (2.9) foi mais forte: “As pessoas já estavam despertas porque tinham sentido o primeiro. Mas felizmente não passou de um susto, de libertação de energia. E esperemos que não se repita”.

1755 vai repetir-se

O maior sismo registado em Portugal foi o famoso de 1755, que arrasou Lisboa.

Um choque de placas tectónicas ao largo de Lisboa provocou um terramoto que resultou na destruição quase completa da cidade de Lisboa, afetando ainda grande parte do litoral do Algarve e Setúbal.

Com uma magnitude estimada próxima dos 9 na escala de Richter, causou dezenas de milhares de mortos.

E os especialistas sabem que um cenário semelhante vai repetir-se (não se sabe quando) em Portugal, um país com risco de tsunamis e sismos, sendo a costa algarvia e oeste até Peniche consideradas zonas mais críticas.

Os sismos, normalmente, são consequência de movimentos ao longo de falhas geológicas existentes entre as diferentes placas tectónicas que constituem a região superficial terrestre, as quais se movimentam entre si.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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