Sismos na Turquia e Síria. Número de mortos pode chegar aos 10 mil

Deniz Tekin / EPA

Efeitos do sismo na Turquia em Diyarbakir, no sudeste do país

Um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter que ocorreu esta madrugada na Turquia provocou 1.300 mortos. O abalo ocorreu às 04:17 (01:17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, com origem a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), minutos após o primeiro sismo, outro abalo de 6,7 na escala de Richter foi registado a 9,9 quilómetros de profundidade. Caíram devido aos sismos mais de 1.700 edifícios.

Entretanto, pelas 13.24 horas locais (10.24 em Lisboa), um novo sismo de magnitude superior a 7 na escala de Richter abalou hoje o sudeste da Turquia.

A autoridade de gestão de desastres e emergências da Turquia divulgou que o sismo mais recente teve uma intensidade de 7,6 e epicentro no distrito de Elbistan, na província de Kahramanmaras.

Os sismos foram sentidos em várias cidades, segundo o canal de televisão turco TRT Haber. Os abalos foram sentidos também no Líbano e no Chipre, avançou a Associated Press.

A Turquia está situada numa das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Em novembro de 2022, um sismo de magnitude 5,9 atingiu a província turca de Duzce, a 200 quilómetros a leste de Istambul, deixando pelo menos 68 feridos.

A agência apontou ainda para mortos em regiões controladas pelos rebeldes, que abrigam cerca de quatro milhões de deslocados provenientes de outras partes do país, na sequência da guerra civil.

De acordo com o USGS, há 47% de probabilidades de que o desastre natural resulte na morte de entre 1.000 e 10.000 pessoas, com uma probabilidade de 27% de não ultrapassar as 1.000. Há também uma probabilidade de a tragédia resultar numa contagem de vítimas mortais entre 10.000 e 100.000.

Estes cálculos são feitos a partir de modelos que simulam o impacto de catástrofes naturais a partir de indicadores como o resultado de incidentes anteriores na mesma região.

Representantes de diversos países expressaram a sua solidariedade com os afetados. O Governo português expressou a sua total solidariedade ao Governo e ao povo turco, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, lamentando os efeitos do sismo na Turquia que vitimou também centenas de pessoas na Síria.

“Estamos chocados com as notícias que chegaram da Turquia esta manhã sobre o terrível terramoto. O Governo Português manifesta a sua total solidariedade com o povo e o Governo da Turquia”, publicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social Twitter.

O Presidente da Ucrânia, Volodimyr Zelenskyy, ofereceu assistência à Turquia, desejando uma rápida recuperação a todos os feridos.

Nos Estados Unidos, o conselheiro do Presidente para a segurança, Jake Sullivan, afirmou que está em “acompanhamento constante da situação” e que o país está pronto para ajudar.

O Presidente de Israel também se manifestou ao líder turco, ao povo afetado e aos bairros destruídos. Isaac Herzog mostrou disponibilidade para ajudar.

O chefe do governo da Índia, Narendra Modi, mostrou-se angustiado pelas mortes e destruição na Turquia, esperando que os feridos recuperem rapidamente.

O homólogo paquistanês também referiu as “vidas preciosas” que se perderam.

Mega-terramoto em 30 anos

Em 2016, geofísico francês Xavier Le Pichon alertou que um sismo de magnitude 7.6 vai arrasar Istambul nos próximos 30 anos.

O especialista disse na altura que o sismo “é inevitável”, sublinhando que o epicentro deverá ocorrer entre Izmit, a cerca de 90 quilómetros de Istambul, e Silivri, que faz parte da capital turca.

O território que é hoje a Turquia (antiga Antáquia) foi palco de dois dos mais letais sismos já registados. Nos anos de 115 e de 525 ocorrerem dois abalos, ambos de 7.0 na escala de Richter, que causaram, respetivamente, 260 mil e 250 mil mortos.

 

Taísa Pagno //

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