Dia de Portugal. Com vaias para Galamba e aplausos para Costa, Marcelo quer “cortar ramos mortos”

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José Coelho / Lusa

Marcelo no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Peso da Régua

Marcelo no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Peso da Régua

Foi com um coro de assobios que João Galamba foi recebido nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Peso da Régua. António Costa foi aplaudido e Marcelo Rebelo de Sousa vincou que é preciso “cortar ramos mortos” e “começar de novo”.

O Presidente da República defendeu que Portugal não pode “desistir nunca de criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão” durante o tradicional discurso na cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que decorre, neste sábado, em Peso da Régua, no distrito de Vila Real.

Marcelo Rebelo de Sousa também afirmou que é preciso distribuir “essa riqueza com mais justiça”. Só dessa forma Portugal poderá continuar a ter a sua “projecção do mundo”, o seu “desígnio nacional”, sublinhou.

“É a nossa vocação de sempre: fazermos pontes, sermos plataforma entre oceanos, continentes, culturas e povos. Outros há, e haverá, que são e serão mais ricos do que nós, mais coesos do que nós, mas com línguas que poucos conhecem, incapazes de compreenderem o mundo, de o tocarem e de o influenciarem, mesmo aquele mundo que está mesmo à beira da sua porta”, disse o Chefe de Estado.

Marcelo assumiu que Portugal tem “problemas para resolver” e fez a defesa do Interior do país, recordando oportunidades perdidas no passado e defendendo que é preciso “cortar ramos mortos” e “começar de novo”.

Pegarmos no impossível, tentarmos uma vez, 100 vez, mil vezes, falharmos mais do que acertarmos, termos tantas, mas tantas tentações de desistirmos, mas não desistirmos, começarmos de novo. Darmos novo viço ao que disso precisar, plantarmos, semearmos, podermos, cortarmos ramos mortos que atingem a árvore toda, recriarmos, neste Douro, em todos os nossos Douros, o que faça o nosso futuro muito diferente e muito melhor do que o nosso presente”, salientou ainda o Chefe de Estado.

O Presidente da República reforçou ainda, no seu discurso, que os portugueses têm de “receber outros tal como exigimos que eles nos recebam a nós”.

Professores protestaram com cartazes e um cravo

Antes do discurso de Marcelo, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi recebido com assobios e com gritos de “Vai-te embora” quando chegou para a cerimónia do Dia de Portugal.

Já o primeiro-ministro, António Costa, foi aplaudido pelos populares presentes.

O momento foi também marcado pela presença de professores que empunhavam cartazes a pedir “respeito”, reafirmando a sua luta por melhores condições profissionais.

“Estamos aqui a demonstrar que continuamos na luta este ano e no início do próximo ano lectivo”, afirmou aos jornalistas o secretário-geral adjunto da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Francisco Gonçalves.

Os docentes espalharam-se entre os populares que se juntaram para assistir às cerimónias oficiais militares do Dia de Portugal. Traziam nas mãos pequenos cartazes vermelhos onde se podia ler a mensagem “Respeito, precariedade não! – Carreira recomposta, salários actualizados – horários legais – aposentação justa!”.

Uma docente de Vila Real carregava um grande cravo vermelho e verde.

Os professores estão a realizar, há vários meses, greves e manifestações com reivindicações relacionadas com a carreira, designadamente a contagem do tempo de progressão congelado – seis anos, seis meses e 23 dias.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. O Direito a Manifestar , fazer Grève , Opinar en prol de Legitimas Revindicações , é claramente consagrado ma Constituição de un País Democrático . Mas a credibilidade destes (as) Profissionais da Educação , neste evento vai ficar no mínimo abalada , quando se pede “Respeito” , revendica-se , defende-se e argumenta-se os respetivos Direitos , (Educadamente) , sem a necessidade de insultar e caricaturar porcamente , o 1ºMinistro , com o qual Eu próprio discordo . Atitudes dignas de arruaceiros , não de Professores ! ….Continuaram a ter o precioso apoio da maioria dos Portugueses , mas ganharam uma mácula indelével !

  2. Era é pegar nos dois (o chefe e o mentiroso) e empurrá-los para o Rio Douro. Depois a Marinha estava por lá e ia salvá-los. Era só um pequeno aviso a esta súcia miserável.

  3. Os professores protestam para defenderem os seus direitos. Um estado tem que pagar aos seus funcionários . Descontaram e trabalharam durante aqueles anos. Todos aqueles que vão para a reforma são penalizados , pelo que passam a receber muito menos do que lhe devia ser atribuído em circunstâncias normais. As negociações arrastam-se sem que o ministro resolva seja o que for, mantendo a situação num impasse o que faz com que os professores intensifiquem as suas formas de luta. O PM deixa arrastar estes protestos sem que nada resolva. Esta e outras instabilidades podem contribuir para a queda do governo. Há da parte do ministério uma intensão vergonhosa de manter os professores no mesmo escalão , mesmo se têm a mesma classificação para poderem subir na carreira. O governo não se pronuncia . Faz o jogo do gato e do rato contribuindo para a descredibilizar o governo. Os professores perante a ausência de respostas vão-se manifestando .

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