Mais de mil moradores e trabalhadores evacuados, comboios urbanos, nacionais e internacionais cancelados, estradas fechadas, rotas de autocarro desviadas e pelo menos uma estação de metro encerrada em Paris.
Também o bairro de porte de La Chapelle, em Paris, está paralisado durante este fim de semana, especialmente amanhã, domingo. A razão: vai ser preciso fazer explodir uma bomba da II Guerra Mundial.
“A 4 de fevereiro, uma bomba americana verosimilmente largada por uma aeronave britânica em abril de 1944, foi descoberta num lugar de obras levadas a cabo pela SNCF”, afirmou o responsável da polícia Michel Delpuech, citado pelo jornal Le Figaro.
O sistema que dispara fogo pode ser neutralizado de um lado, mas não do outro, o que obriga a que seja preciso fazê-la explodir. “Todo o risco está controlado, mas a bomba tem de ser destruída”, acrescentou. A explosão acontecerá amanhã, domingo, entre as 13h30 e as 14h00.
A bomba será primeiro mudada para outro sítio, depois posta no fundo de um poço com quatro metros de profundidade, e coberta com três metros de areia. Não haverá destroços projetados aquando da explosão, mas o abalo poderá sentir-se até 200 metros de distância.
Por isso é que a área esteja a ser alvo de uma operação de segurança nos 300 metros circundantes. Vai implicar a evacuação, desde as seis da manhã, das pessoas que vivem ou trabalham no bairro de porte de la Chapelle. “Se tiverem a possibilidade de passar a noite de sábado para domingo em casa de amigos, melhor. Quanto aos hotéis, decidiram não receber clientes nessa noite”, acrescentou Delpuech. No total, serão cerca de 1800 pessoas afetadas.
Além da perturbação nos comboios, em que se incluem comboios TGV e os urbanos RER, o nó rodoviário de La Chapelle, sobre a autoestrada A1, estará fechado a partir das sete horas de amanhã. O boulevard que vai da Porte de Clignancourt à Porte d’Aubervilliers estará bloqueado.
A estação de metro Porte-de-La-Chapelle estará fechada durante várias horas. Também as rotas dos autocarros serão desviadas. Para compensar a situação, as linhas periféricas serão reforçadas.
Paris e Saint-Denis têm à disposição dos habitantes “lugares de acolhimento dos habitantes que se encontrem na rua”. Entre as iniciativas estão um serviço de restauração.
Esta não é uma situação inédita. No ano passado, a desativação de uma bomba da II Guerra Mundial isolou o centro de Berlim, obrigando a retirar cerca de dez mil pessoas na zona da estação central de caminho-de-ferro da capital alemã.
Ainda neste mês o aeroporto Ciampino, em Roma, foi fechado depois da descoberta de três bombas que datavam também da II Guerra Mundial, atrasando vários voos.
No ano passado, a mesma situação ocorreu perto do London City Airport, obrigando a encerrar temporariamente o aeroporto.