Vários deputados da oposição britânica revelaram, esta sexta-feira, que tencionam votar contra o artigo que ativa o processo de saída do Reino Unido da UE e que vão pedir uma nova votação.
Segundo a BBC, o líder democrata liberal, Tim Farron, indicou que a sua formação vai opor-se o processo de retirada do Reino Unido, a menos que o Governo britânico convoque um segundo referendo sobre os termos da rutura com Bruxelas.
O Tribunal Superior de Londres determinou recentemente que o Parlamento britânico deve ser consultado antes de se iniciar o Brexit, dando assim hipótese aos deputados autorizar ou não a ativação do artigo 50.
No entanto, o Governo britânico considera que não é aceitável que o Parlamento se pronuncie sobre a questão da saída do país da UE uma vez que os cidadãos já se decidiram pelo Brexit.
Theresa May decidiu recorrer da decisão judicial, e a audiência vai acontecer a 5 de dezembro, com a decisão final a ser anunciada apenas no próximo ano.
“Acreditamos que o governo tem argumentos legais fortes, vamos apresentar esses argumentos ao Supremo Tribunal que fará o seu julgamento”, disse May na segunda-feira, citada pela BBC.
Caso o Supremo determine – seguindo a sentença do Tribunal Superior de Londres – que o Parlamento tem mesmo de ser consultado, os deputados poderão votar sobre o assunto ainda antes de março de 2017, prazo apontado por Theresa May para invocar o artigo 50 e iniciar um processo de negociação de dois anos com a UE.
Vários deputados trabalhistas estão dispostos a votar contra o artigo, ainda que a direção da principal força da oposição não tenha anunciado formalmente um voto contra, destaca a BBC.
Os democratas-liberais têm defendido a convocação de uma nova consulta sobre o alcance das negociações do Governo com a UE, enquanto os deputados do Partido Nacionalista Escocês (SNP) estão contra a saída do Reino Unido da UE.
Ainda assim, apesar destes votos contra, uma votação sobre a ativação do artigo 50 deverá saldar-se numa vitória do sim, devido ao apoio dos deputados conservadores e boa parte dos trabalhistas.
ZAP / Lusa
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