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Défice foi conseguido “à custa de enorme aumento de impostos”

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Estela Silva / Lusa

O défice orçamental de 2018 ficou nos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 0,6% previstos pelo Governo, divulgou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) esta terça-feira.

Porém, o presidente do PSD, Rui Rio, defendeu que o Governo poderia ter conseguido um défice “substancialmente melhor” e que o resultado de 0,5% foi alcançado “à custa de um enorme aumento de impostos”.

“Este défice é conseguido com a maior carga fiscal que alguma vez incidiu sobre os portugueses, à custa de um enorme aumento de impostos e não de uma gestão eficiente da despesa. Também há uma parte da despesa, mas são cortes à bruta”, apontou, questionado pelos jornalistas, no final de uma reunião de mais de duas horas com a UGT.

“Se não conseguimos equilíbrio orçamental quando a economia cresce, quando é que vamos ter?”, questionou, considerando que essa seria a situação desejável para poder ter défices em períodos de crise. “É um resultado positivo, 0,5% é melhor que 0,6%, mas as condições permitiam um resultado substancialmente melhor”, afirmou.

Também a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, saudou “um défice que melhora as contas” portuguesas, mas criticou a forma como foi alcançado, com recurso a “uma carga fiscal máxima” e “cativações sem precedente”.

“Como o CDS tem dito muitas vezes, saudamos sempre um défice que melhora as contas públicas portuguesas. O nosso problema e a nossa discordância, como aliás já referimos hoje mesmo, tem a ver com a forma como se alcança este resultado”, disse a líder dos centristas aos jornalistas.

À margem de uma iniciativa sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, que decorreu no parlamento, em Lisboa, Assunção Cristas considerou que o valor do défice deveu-se a uma fórmula que até agora não era conhecida.

“Aquilo que nós vemos é uma fórmula muito escondida, mas que na verdade hoje conseguimos perceber, que tem a ver com uma carga fiscal máxima, como nunca existiu, e com serviços públicos mínimos, nomeadamente com recurso a cativações sem precedente”, afirmou. Na opinião de Cristas, “este é o resultado que permite estas contas e isso é bom que se discuta e é bom que seja lido com toda a clareza e com toda a transparência”.

“Portugal é um país muito melhor do que há três anos”

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou que Portugal está melhor do que há três anos. Em entrevista à SIC, Centeno exemplificou este argumento com o crescimento dos rendimentos das famílias.

“Do ponto de vista daquilo que é Portugal hoje e do que era Portugal há três anos, eu não tenho a menor dúvida de que Portugal é hoje um país muito melhor do que era há três anos. Há um número que talvez tenhamos pouco presente: desde 2015, o conjunto de rendimentos – de salários – que as famílias portuguesas levam para casa ao fim do mês, aumentou 8.100 milhões de euros. É um crescimento de 20%”, ilustrou.

Apesar das melhorias apontadas, Centeno foi também confrontado com a degradação de alguns serviços públicos, admitindo que há deficiências em vários setores que vão continuar a existir. No entanto, garantiu que outras existiam que foram resolvidas.

“Vão continuar a existir porque as deficiências com que Portugal se enfrenta em muitas áreas não vão ser todas resolvidas nesta legislatura. O que posso garantir é que muitas foram as que as verbas existiram para resolver inúmeros casos”, assegurou Centeno.

O ministro das Finanças abordou ainda o tema da carga fiscal, que o Instituto Nacional de Estatística revelou ter atingido o valor mais alto desde 1995. O total das receitas dos impostos e contribuições sociais foi superior a 71 mil milhões de euros em 2018, mas Centeno garante que os contribuintes não foram penalizados.

“Houve uma redução dos impostos e da carga fiscal para o mesmo nível de rendimentos. Em 2018, foram 3.300 milhões de euros em salários pagos aos portugueses. Isto significa que as contribuições sociais cresceram 7,5%, mas como o PIB só cresceu 3,6%, a relação entre estas duas variáveis levou a que pagassem exatamente o mesmo, mas ganhem mais”, explicou Mário Centeno.

O Governo fechou o défice de 2018 nos 0,5% do PIB, adiantou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Os números são melhores do que as anteriores previsões do ministro das Finanças, Mário Centeno, que em fevereiro apontava para um défice de 0,6%.

Segundo a primeira notificação de 2018 relativa ao Procedimento por Défices Excessivos, o défice das Administrações Públicas atingiu 912,8 milhões de euros, o que correspondeu a 0,5% do PIB, abaixo do saldo negativo de 3% registado em 2017.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. Estes tipos do PSD são uma comédia, a quererem confundir as pessoas falando de carga fiscal.
    É normal que a carga fiscal aumente e é BOM que isso aconteça. Para quem nao sabe, a carga fiscal é o indicador que representa a receita com impostos, é normal que se as pessoas estão a gastar mais também paguem mais impostos, isso é uma consequência inata. Se eu gastava 100€ por mês sendo que desses 100€ 23€ eram impostos, e se agora gasto por exemplo 150€ então é normal que em vez de pagar 23€ de IVA agora pague 34.5€, logo o estado arrecada mais impostos mas não por causa de um aumento destes, mas sim um aumento do consumo.
    O PSD quer com isto atirar areia para os olhos dos Portugueses, e dizer que não se reduziu a despesa quando é exactamente o contrario, alias quando falam em cativações não se percebe porque se insurgem contra quando representam isso mesmo, uma redução na despesa!
    Enfim uma palhaçada politica como sempre, para tentarem desvalorizar aquilo que nunca conseguiram, excedente orçamental, que vai ser já este ano!
    Vão ficar piursossssss!

      • Sim, o indicador será sempre apresentado em percentagem!
        Eu refiro-me à frase do Rui Rio:
        “Este défice é conseguido com a maior carga fiscal que alguma vez incidiu sobre os portugueses”
        Esta frase é populista, não pretende elucidar, pretende mandar fumo para criar confusão nas pessoas… Isto é a forma de fazer politica que mais nojo me mete, e vai da esquerda à direita, apanha todo o espectro politico Português!
        É bom que a carga fiscal aumente, desde que resulte de aumento do consumo que foi o caso!

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