Debandada na IL: “Não foi isto que nos prometeram”

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António Pedro Santos / LUSA

Rui Rocha com outros elementos da Iniciativa Liberal

De uma só vez, saem 25 elementos da Iniciativa Liberal, que passou a ser um “partido do regime, sem rasgo nem ambição”.

A Iniciativa Liberal (IL) acumula divergências internas. A revisão dos estatutos trouxe à superfície demissões e ameaças; agora há uma espécie de debandada.

De uma só vez, saem 25 elementos da Iniciativa Liberal: “Não foi isto que nos prometeram”, explicam candidatos e conselheiros.

Diogo Saramago Ferreira, Nuno Carrasqueira, Diogo Prates e Fernando Figueiredo estão entre os liberais que deixam o partido.

Os ex-conselheiros nacionais e candidatos autárquicos alegam que, em 2019, ano em que houve eleições europeias e legislativas, a IL não era assim.

Agora é uma “caricatura” do que prometia na altura e transformou-se num “partido do regime, sem rasgo nem ambição”, cita o Diário de Notícias.

“A proposta que a IL defendia como primordial na sua acção política – o combate sem tréguas ao PS e ao socialismo e comunismo unidos – foi sendo mitigado e transfigurado, por puro cálculo político, nomeadamente eleitoral, passando a IL a ser paulatinamente um partido do regime, sem rasgo nem ambição”, explica o comunicado.

Estão desiludidos com a IL e com uma comissão executiva que passou a ser “fruto da cedência a minorias ruidosas”, com um “apoio e apelo a causas identitárias, num registo ‘nem woke, nem anti-woke’, de braço dado com as agendas da extrema-esquerda e esquerda radical”.

Repetem-se as referências a uma alegada “ausência de democracia nos seus órgãos”, sem “meritocracia na indicação e nomeação de cargos dirigentes, assessores e até mesmo candidatos nas listas eleitorais, onde se incluem actuais deputados”.

Alegam também que há “favorecimento de candidatos à liderança da IL, desde logo através da máquina do partido”.

ZAP //

6 Comments

  1. Concordo plenamente! Em tempos já votei na IL, mas nestes últimos anos têm-me desiludido com o seu apoio à “cultura woke”, que percebo como uma desvirtuação de seus princípios originais, mais em linha com partidos como Bloco de Esquerda, no espectro oposto a qualquer ideologia liberal. Facto este já admitido pelo antigo líder João Cotrim Figueiredo num debate no fim de semana passado na SIC Noticias.

    Diante disso, tenho considerado o Chega como uma alternativa mais alinhada com o meu conservadorismo social e visão de economia liberal. Este episódio sublinha a importância dos partidos políticos se manterem fiéis aos seus princípios de modo a assegurar a confiança dos eleitores num cenário político em constante evolução.

  2. O wokismo e outros tipos de causas mais “progressistas” não tem lugar num partido liberal. Estas causas são de matriz comunista e constituem uma reencarnação da velhíssima luta de classes, tão própria de partidos de extrema esquerda, como o BE. A continuarem por essa via, também deixo de votar IL e passo a votar em alternativas de direita, que ao menos não promovem causas woke.
    É mais uma exemplo perfeito da máxima “Go Woke Go Broke”.

  3. Na sua luta para se afastarem do Chega o IL e o PSD não param de dar tiros nos pés afastam-se da direita para se encostarem a esquerda. Ora para isso mais vale dar o voto ao PS governado pelo Costa que governava ao centro. Face a toda esta confusão o povo português só tem a certeza que a esquerda temos BE e PCP e a direita o Chega.

  4. A direita em Portugal caiu na armadilha do PS que tudo faz para que não se coliguem entre si. Criou ruido e medo em torno do Chega o que lhes dá cada vez mais votos, A solução por um governo reformista em Portugal passa por um Governo PSD/IL e Chega o resto são tretas . Enquanto os partidos de direita não virem isto estão amarrados pelo PS que se pode coligar livremente à esquerda com os mais radicais dos radicais ( conta a UE, contra A NATO, contra o Euro, apoiantes da Russia e das maiores ditaduras do mundo ) as esses radicais tudo se permite e os meios de comunicação social aceitam livremente se for à direita cai o Carmo e a Trindade . Cambada de hipócritas .

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