Cuba anunciou esta quinta-feira que vai começar os ensaios clínicos de dois projetos de vacinas contra a covid-19, que aumentam para quatro o número de possíveis fármacos deste tipo desenvolvidos na ilha para combater a pandemia.
A Mambisa (de administração intranasal) e Abdala (intramuscular), criadas no Centro de Engenharia Genética e de Biotecnologia de Cuba, são as mais recentes candidatas para mitigar a propagação da pandemia e passarão por duas fases de testes para comprovar a eficácia, dá conta a Cubavisión, sem avançar quando será o início dos ensaios clínicos.
“Cuba dispõe de quatro candidatos vacinais em fase de ensaios clínicos, uma parecia da indústria biotecnológica e farmacêutica” do país, escreveu no Twitter o Grupo Empresarial das Indústrias Biotecnológicas e Farmacêutica de Cuba (BioCubaFarma).
https://twitter.com/BioCubaFarma/status/1332025719946321920?s=20
Os ensaios da Soberana 01, o primeiro projeto vacinal contra o novo coronavírus, começaram no final de agosto. O processo está a avançar ainda sem incidentes registados e conta com a participação de mais de 700 voluntários.
Ao contrário de outras vacinas internacionais cujos ensaios clínicos estão mais avançados e que estão a ser produzidas a partir de vetores adenovirais ou vírus inativos, este fármaco cubano é baseado numa proteína recombinante.
Já a Soberana 02 é uma vacina conjugada, na qual é combinado um antígeno do vírus e de um toxoide tetânico, que está a ser testada desde 19 de outubro.
Cuba, que acumulou 8.075 contágios desde o início da pandemia e 133 mortes, tem uma das indústrias biotecnológicas e farmacêuticas de maior reconhecimento internacional e produz atualmente oito vacinas contra várias doenças, como, por exemplo, a meningite, o cancro do pulmão e de tumores sólidos, entre outros.
Vacina da AstraZeneca e Oxford
Nesta corrida, em que ninguém quer ficar para trás, a Universidade de Oxford e a AstraZeneca anunciaram, esta segunda-feira, os resultados preliminares da fase três do estudo clínico.
A AstraZeneca vai realizar um “estudo adicional” para validar os resultados da eficácia da sua vacina contra o novo coronavírus, depois de ter revelado que houve mudanças imprevistas na dosagem no primeiro ensaio.
Porém, o presidente da empresa, Pascal Soriot, disse, em entrevista à Bloomberg, não ser de esperar que estes novos testes atrasem a aprovação da vacina por parte das entidades reguladoras da saúde do Reino Unido e da União Europeia.
Um grupo de voluntários recebeu a dose completa da vacina, com um resultado de 62% de eficácia, enquanto outro tomou meia dose, seguida de uma completa um mês depois, um método que demonstrou ter 90% de eficácia.
Oxford admitiu esta quinta-feira que não estava inicialmente previsto inocular meia dosagem da vacina a qualquer voluntário, mas que isso foi fruto de um erro no processo de fabrico do produto.
Assim que foi detetada que a primeira vacina tinha começado a ser inoculada com uma concentração abaixo da planeada foi decidido alterar o protocolo do estudo, de acordo com o “órgão regulador” de saúde, informou a universidade numa nota.
“Agora que descobrimos o que parece ser a fórmula mais eficaz, precisamos de a validar através de um estudo adicional”, afirmou Soriot.
O responsável da AstraZeneca explicou também que, provavelmente, será feito um novo “estudo internacional”, embora tenha garantido que “pode ser mais rápido” que os anteriores, dado que os investigadores já sabem que a eficácia da vacina é “elevada” e precisam de “um número reduzido de pacientes”.
Soriot ressalvou que a autorização para iniciar a vacinação em alguns países continua prevista para antes do final do ano, embora nos Estados Unidos o processo seja mais demorado, já que os testes foram realizados fora daquele país.
Os criadores da vacina Sputnik V contra a covid-19 afirmaram, esta quinta-feira, que a AstraZeneca deveria tentar combinar a sua vacina experimental com a russa para aumentar a eficácia.
A Rússia anunciou que a sua vacina Sputnik V é 95% eficaz na proteção das pessoas contra a covid-19, de acordo com resultados de ensaios provisórios.
“Sugerimos que experimentem um regime de combinação da vacina AZ com a vacina #SputnikV contra o vetor adenoviral humano para aumentar a eficácia”, disseram os criadores da vacina russa na sua conta do Twitter. “A combinação de vacinas pode revelar-se importante para as revacinações.”
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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