Da contestação para a ação. Críticos do PAN recolhem assinaturas para afastar Sousa Real

José Sena Goulão / Lusa

A líder do PAN, Inês de Sousa Real.

A líder do PAN, Inês de Sousa Real.

A recolha das 10% de assinaturas necessárias para forçar um congresso extraordinário já está a circular pelos militantes do PAN.

O pós-legislativas está a ser um osso duro de roer para a direção do PAN. Segundo o Observador, o manifesto define cinco meses como data limite para o congresso eletivo e salienta que os críticos “não querem ser só ouvidos”, “querem ter o poder de fazer valer a sua vontade”.

A comissão política permanente e alguns militantes vão reunir-se já esta semana, mas os encontros são encarados como insuficientes para os críticos.

Pretendemos um congresso no qual todos os filiados tenham poder de voto, porque apenas nessas condições é conferido ao filiado o poder de fazer valer a sua vontade. Só o Congresso, aberto e livre à participação de todos, constitui uma via democrática para centrar o partido nas bases e não no topo”, lê-se no manifesto.

“Somente o Congresso eletivo tem a capacidade de tudo avaliar, tudo questionar e de mudar aquilo que os filiados entendam que deva ser mudado”, acrescentam os críticos da direção do PAN.  “Uma democracia sem a possibilidade de participação não é uma verdadeira democracia.”

De acordo com o diário, lamentam também que não tenha sido revista a questão do chumbo dos estatutos do partido pelo Tribunal Constitucional, que faz com que as figuras dos órgãos autónomos do PAN nos Açores e Madeira e da juventude partidária caia também por terra.

“Entendemos que o Congresso deve ser uma oportunidade para o PAN ir mais além na construção da sua democracia interna. O Congresso pode e deve discutir a viabilidade de a Comissão Política Nacional (o órgão máximo entre congressos) poder ser eleita de forma universal e direta por todos os filiados e de o próprio Congresso ser constituído por todos os filiados que se inscrevam para participação, tornando-o assim absolutamente representativo das bases”, lê-se.

A atual porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, já recusou deixar a liderança do partido. Apesar de ter admitido a realização de um novo congresso, reforçou que só os militantes do partido vão decidir se há mudanças na direção.

ZAP //

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