Os políticos escoceses estão preocupados com a agressividade crescente das gaivotas e exigem uma resposta nacional coordenada ao problema.
O aumento de ataques de gaivotas na Escócia está a fazer crescer os apelos para a realização de uma cimeira em todo o país sobre o problema, após avisos de políticos de que o comportamento cada vez mais agressivo destas aves representa uma séria ameaça à segurança pública — com um deputado a alertar que alguém pode mesmo morrer se nada for feito.
O debate no Parlamento foi liderado pelo ex-líder do Partido Conservador Escocês, Douglas Ross, que descreveu as gaivotas como um “problema crescente”. Ross afirmou que o tema já não é motivo de riso, dado que alguns residentes da sua região, as Terras Altas e Ilhas, têm medo de sair de casa com receio de serem “atacados em voo”. Outros, acrescentou, sofrem problemas de saúde mental causados pelo ruído constante e perturbações provocadas pelas aves, refere a Sky News.
Ross foi acompanhado pela deputada conservadora Rachael Hamilton, que apelou à realização de uma cimeira nacional sobre as gaivotas, alargando a proposta anterior do ministro da Agricultura, Jim Fairlie, que apenas previa uma reunião no norte da Escócia. Hamilton classificou a situação como um risco nacional para a saúde e segurança públicas, apontando o exemplo de Eyemouth, onde sete crianças foram atacadas por gaivotas num só mês — uma delas sofreu ferimentos na cabeça e sangrou intensamente.
No seu círculo eleitoral, que inclui Eyemouth, Hamilton afirmou que as aves estão a causar grande angústia nos residentes. “As pessoas estão com medo, a ser atacadas e traumatizadas”, disse, acusando o Governo escocês de inação e exigindo uma resposta coordenada a nível nacional.
Durante o debate, a agência governamental NatureScot — responsável tanto pela conservação da vida selvagem como pela emissão de licenças de controlo de aves — foi alvo de duras críticas. Ross apontou um “conflito de interesses evidente” e ridicularizou os conselhos da agência, que incluem o uso de guarda-chuvas e cães como medidas dissuasoras.
O ministro da Agricultura, Jim Fairlie, reconheceu a gravidade da situação, dizendo que se trata de uma “questão mortalmente séria”, mas afirmou que o Governo não pode interferir no sistema de licenciamento da NatureScot sem correr o risco de um processo judicial. Em vez disso, apelou ao público para que deixe de alimentar as gaivotas, que considera ser a principal causa do problema.