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Após aviso de Marcelo, Cristas garante que CDS está “a trabalhar intensamente”

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António Cotrim / Lusa

Assunção Cristas

Marcelo Rebelo de Sousa alertou para o risco de uma crise na direita e Assunção Cristas respondeu. Evitando entrar em polémica, a líder do CDS garantiu que o partido está a trabalhar para as eleições de outubro.

A líder do CDS-PP evitou entrar em polémica com Marcelo Rebelo de Sousa sobre a crise na direita, mas advertiu que, “como é a preocupação do Presidente”, o partido está “a trabalhar” para ser uma oposição forte.

Assunção Cristas comentou, pela primeira vez, as palavras de Marcelo, que na sexta-feira, alertou para o risco de uma crise no centro-direita, contrapondo o trabalho de oposição “séria e responsável” feito pelo partido e que, depois do fraco resultado nas europeias de 29 de maio, está “a trabalhar intensamente para em outubro as coisas serem diferentes” nas legislativas de outubro.

Os centristas têm a mesma preocupação do Presidente da República, que é “ser uma oposição forte, sempre construtiva, que mostre uma alternativa para o país”. Apesar das três perguntas sobre o tema, incluindo se Marcelo se teria excedido nas suas considerações, a líder centrista respondeu sempre da mesma maneira e no mesmo tom.

Temos trabalhado intensamente para ser essa oposição [de direita]. As eleições legislativas são em outubro, em outubro veremos. Cada eleição é uma eleição”, afirmou Assunção Cristas, a meio de uma ação de voluntariado dos deputados centristas quer foram ajudar a pintar um refeitório no centro paroquial de Valbom, em Gondomar, na abertura de dois dias de jornadas parlamentares do partido, no Porto.

Questionada sobre se o chefe do Estado se excedeu nos comentários que fez na sexta-feira, Cristas deu como resposta: “A posição do CDS tem sido sempre a mesma: referir e sublinhar o nosso trabalho. E o nosso trabalho, como é evidente, e certamente, como é a preocupação do PR, é ser uma oposição forte, sempre construtiva que mostre uma alternativa para o país. É isso que estamos a fazer em vários domínios.”

E partiu do exemplo do centro social e paroquial de Valbom e da ação voluntária dos deputados centristas para dizer que o CDS está “a trabalhar com muito afinco” para apresentar “propostas sérias, propostas válidas”, uma “visão para o país que passa pela valorização do setor social, privado” numa valorização de “um trabalho em rede”.

“O CDS está a trabalhar muito intensamente com vista às eleições legislativas, fizemos um trabalho muito intenso na oposição, uma oposição sempre construtiva, sempre procurando mostrar aquilo que faríamos de forma diferente, nomeadamente na valorização de um estado social de parceria, que congregue o setor publico, social e privado”, disse.

Internamente, depois dos 6,2% do CDS nas europeias, e de o partido ter ficado em quinto nas eleições, Cristas admitiu que quando há “resultados maus”, os momentos são “mais difíceis”, mas que agora pretende olhar para as próximas eleições. “Cada eleição é uma eleição”, afirmou, sublinhando que, no domingo, numa eleição intercalar, PSD e CDS venceram as eleições para a câmara de Castro Marim, distrito de Faro.

Na sexta-feira, numa intervenção em inglês, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), o Presidente da República considerou haver “uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos” e defendeu que, num contexto destes, o seu papel “é importante para equilibrar os poderes”.

Ao comentar os resultados das eleições europeias, Marcelo disse que Portugal tem agora “uma esquerda muito mais forte do que a direita” e que “o que aconteceu à direita é muito preocupante”.

O líder do PSD, Rui Rio, discordou da análise do Presidente da República sobre a possibilidade de uma crise na direita portuguesa, considerando-a uma visão “otimista” e “superficial”, já que a crise é “transversal” ao regime.

Em resposta a Rio, a presidente centrista também não comentou diretamente, apontando, de novo, para a “preocupação” de “mostrar as propostas diferentes do CDS” para o país nestas jornadas parlamentares.

 

ZAP // Lusa

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