Afinal, não há crimes no caso que derrubou o Governo? Galamba só queria o melhor para o país

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Miguel A. Lopes / Lusa

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba.

O ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba.

O Tribunal da Relação de Lisboa não encontrou indícios “nem fortes, nem fracos, da prática de crime” na Operação Influencer, o caso judicial que levou à queda do Governo anterior.

“As interpretações que o Ministério Público (MP) faz das sucessivas conversas telefónicas que andou a escutar ao longo de anos, assentam em meras proclamações, não concretizadas em circunstâncias objectivas de tempo, modo ou lugar”, aponta o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) relativo aos recursos das medidas de coacção da “Operação Influencer“.

Os magistrados desvalorizam os indícios apresentados pelo MP para suportar os alegados crimes de tráfico de influência, recebimento indevida de vantagem, prevaricação e corrupção feitas pelo MP a seis arguidos, considerando que não há provas de nenhum dos crimes.

Para o TRL, as interpretações do MP retiradas das escutas telefónicas são meros “juízos especulativos” e “não ultrapassam o patamar de meras interpretações que só vinculam o próprio MP”.

Galamba só estava preocupado com o interesse do país

No caso específico de João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas e um dos arguidos do processo, houve somente “empenho e vontade política” em “impusionar todo o processo administrativo necessário” à implementação do ‘data center’ de Sines e do parque de hidrogénio, apontam os juízes da Relação, relevando que o ex-governante estava apenas preocupado com o interesse do país.

“E há disponibilidade do arguido Vítor Escária [então chefe de gabinete do ex-primeiro-ministro] para ouvir os argumentos da Start Campus”, a empresa promotora do data center, e para “promover contactos com membros do Governo”, aponta ainda o TRL.

E embora a Relação não encontre indícios de qualquer favorecimento indevido ao megaprojecto em Sines, os magistrados realçam que este tinha direito a um “tratamento mais favorável” por estar classificado como de Potencial Interesse Nacional (PIN), devido à sua importância estratégica para o país.

Os magistrados notam que, como projecto PIN, tinha direito a “um regime especialíssimo, mais célere e mais simplificado, de obtenção de decisões, licenças administrativas” e que, na verdade, “não foi observado”, realçam.

O projecto estava “muito” atrasado e “não é compaginável, à luz das mais elementares regras de senso comum, que um investimento destes valores, com vários parceiros económicos envolvidos, capital proveniente de outros países, com importantes impactos, no ambiente, nos objectivos da transição energética e digital e na economia portuguesa esteja mais de dois anos pendente sem que sejam proferidas as decisões necessárias a essa implementação”, apontam ainda os magistrados.

No acórdão, chegam a notar o investimento já feito por privados de mais de 160 milhões de euros, referindo a expectativa de investir ainda mais dois mil milhões de euros.

Juízes acusam MP de “inaptidão”

O acórdão de 366 páginas inclui variadas críticas ao MP, que chega a ser acusado de “inaptidão”, referindo-se o uso de expressões “vagas” e “genéricas”.

“As conversas telefónicas nada mais demonstram do que a sua própria existência, provam que aquelas frases foram ditas e foram proferidas por aquelas pessoas que surgem identificadas nas transcrições, como sendo os seus interlocutores. Mas não são factos. São meios de prova. E a sucessão de conclusões ou ilações que o MP delas retira, não são nem uma coisa nem outra”, salienta o acórdão.

Os magistrados também desvalorizam as reuniões entre administradores da Start Campus e elementos do Governo, intermediadas por Diogo Lacerda Machado, consultor daquela empresa e amigo de António Costa, então primeiro-ministro.

“Conversar com governantes do poder central ou do poder local ou com outros agentes da administração pública sobre interesses próprios não tem, só por si, nada de ilícito ou sequer de irrazoável“, salientam. “Falar não é, necessariamente, constranger ou forçar seja quem for a fazer o que não quer ou que não tinha previsto fazer ou decidir”, consideram ainda os juízes.

ZAP // Lusa

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14 Comments

  1. Cada tiro, cada melro. Este nosso MP parece que anda a chafurdar na lama á procura de ouro mas só encontra cascalho. Deve precisar de uma renovação.

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  2. Como se nós tivéssemos uma Justiça credível. Dás Mais corruptas da Europa em que os Juízes se vendem por tuta e meia, ainda vão dizer que os Pais das Gêmeas são vitimas do Serviço Nacional de Saúde e que ainda os Portugueses vão ter de indemnizar os Pais por difamação .Uma Justiça que condena os Pobres e Inocenta os Amigos Milionários, estes Juízes já deram mais que provas que só beneficiam a Classe Alta e os Amigos em troca de Favores.

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  3. Ja nao se tem confiança nenhuma na justiça! Todos sabemos a verdade mas os juizes nao fazem o correcto! Chegou a hora de mudar!
    Por dignidade e honra!

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  4. bons rapazes sim Sra , mas já não moram no governo … ainda bem para a vida deles…..
    os que ganharam eleições tem maior potencial para ladroagem e os covardes juízes escondidos sobres as sua “mantas”

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  5. Bem acabaram com o governo, criaram acrise no país e um atrpmbo nas finanças com novas eleições que só saiu porcaria, agora wue é que acontece a essa velha, que originou toda essa balburdia, vai ser condenada? Vai ser presa? Se fosse eu, apanhava pena máxima, mas aquela anormal pôs a honra e dignidade de um primeiro ministro em causa… agora sai pela porta da frente, depois de originar a queda de um governo e o surgimento de novos ditadores? O que vale é que já tenho 72 anos e já estou farto deste país de politicos chupistas e oportunistas… fizeste mal em sair Costa… mas acredito wue tb ja estavas com ela fisgada…A EUROPA, N’É?

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  6. Tal como na politica, agora temos um espetáculo vergonhoso na justiça! Vamos ter que refundar a república das bananas, outra vez…. limpar Portugal!

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  7. Sim, sim este Galamba tem mesmo cara de santo e atitudes de santo. todos vimos o que se passou no seu gabinete que envolveu agressoes e policia por causa de um computador

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