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De cravo na mão, Marcelo condecora Sá Carneiro e António Ferreira Gomes

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Miguel A. Lopes / Lusa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa na sessão solene comemorativa do 43º aniversário do 25 de Abril

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão solene comemorativa do 43º aniversário do 25 de Abril

Os 43 anos da Revolução dos Cravos são esta terça-feira comemorados com a sessão solene no parlamento e o tradicional desfile popular, tendo o Presidente da República escolhido o 25 de Abril para condecorar, a título póstumo, o ex-primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro.

Decorre esta terça-feira na Assembleia da República a sessão solene do 43.º aniversário do 25 de Abril, que conta com intervenções dos partidos com assento parlamentar, do presidente da Assembleia Eduardo Ferro Rodrigues e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, estando presente o primeiro-ministro, António Costa.

Tal como o ano passado, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa entrou na Assembleia de cravo vermelho na mão, ao contrário de Ferro Rodrigues, que o recebeu de cravo na lapela.

O PSD escolheu a deputada e candidata à Câmara de Lisboa, Teresa Leal Coelho, para fazer a intervenção do partido, enquanto pelo PS é Alberto Martins a intervir. Pelo BE fala Joana Mortágua, pelo CDS-PP Isabel Galriça Neto e pelo PCP Jorge Machado. Heloísa Apolónia fará a intervenção do PEV e o André Silva do PAN.

Marcelo elogia “vitórias” nas finanças e economia mas pede mais riqueza

No seu discurso na sessão solene, o presidente da República considerou que,nos últimos anos Portugal teve “vitórias” nas finanças públicas e na economia, mas defendeu que é um imperativo criar mais riqueza e distribuí-la melhor no tempo restante desta legislatura.

“Os dois anos e meio que faltam para o termo da legislatura parlamentar terão de ser de maior criação de riqueza e melhor distribuição”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no final do seu discurso na sessão solene comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República.

Segundo o presidente, “Governo, seus apoiantes e oposições, que legitimamente aspiram a voltar a governar, estarão por certo atentos a este imperativo, na multiplicidade enriquecedora das suas opções”.

“Tal como têm sido essenciais, uns e outros, neste último ano e meio, ao garantirem a virtuosa compatibilização entre a indispensável estabilidade e o salutar confronto político e parlamentar”, acrescentou.

Marcelo pediu mais transparência, rapidez e eficácia ao poder político, para prevenir os populismos, que, advertiu, se alimentam das suas deficiências e lentidões.

“Importa que todas as estruturas do poder político, do topo do Estado à Administração Pública e, naturalmente, aos tribunais, entendam que devem ser muito mais transparentes, rápidas e eficazes na resposta aos desafios e apelos deste tempo, revendo-se, reformando-se, ajustando-se”, declarou o chefe de Estado.

Numa intervenção em que elogiou o povo português, pelo seu “nacionalismo patriótico e de vocação universal”, e a democracia portuguesa, o presidente da república descreveu Portugal como “uma pátria em paz”, que tem resistido à “nova vaga dita populista” e é “mais sustentável” do que muitos dos seus parceiros europeus.

Mas “prevenir os populismos ou pôr-lhes cobro requer determinação, antecipação e permanente proximidade e satisfação das legítimas necessidades comunitárias”, defendeu.

Condecorações a Sá Carneiro e Siza Vieira

Depois de sair do Parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa irá para o Palácio de Belém, que estará aberto ao público e onde decorre pelas 14h, a cerimónia de agraciamento, a título póstumo, do antigo primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro e do antigo bispo do Porto António Ferreira Gomes.

Na mesma cerimónia, o arquiteto Siza Vieira receberá das mãos do Presidente da República a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública.

O tradicional Desfile Popular do 25 de Abril está marcado para as 15h, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, contando com a presença dos líderes partidários do BE e do PCP, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, respetivamente.

O primeiro-ministro, António Costa, irá prosseguir as comemorações do Dia da Liberdade à tarde, voltando a abrir aos cidadãos, a partir das 14h30, os jardins da residência oficial, onde haverá um concerto de Jorge Palma e a leitura de poemas pelo ex-candidato presidencial Manuel Alegre.

Pelos jardins de São Bento, vão também passar vários membros do Governo, em particular o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, sendo ainda inaugurada uma escultura de Vhils, que invoca os princípios da revolução.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. O que o Sá Carneiro (e o Amaro da Costa) agradecia era que condenassem os seus assassinos, os generais do exército português que controlavam o tráfico de armas juntamente com os agentes da CIA e os políticos apoiados pelos EUA (judeus, maçóns, Pinto Balsemão e Mário Soares). O 25 de Abril foi uma revolução incompleta que tirou do poder a ditadura portuguesa e colocou no poder a ditadura americana que orquestra os partidos do bloco.

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