COVID sazonal: picos vão depender da temperatura e da humidade

António José / Lusa

Novo estudo demonstra que a temperatura e a humidade serão essenciais na “COVID sazonal”.

Já praticamente toda a gente conhece a gripe sazonal. Ou já passou por ela ou, pelo menos, já ouviu falar. A partir de 2022 poderemos estar a falar sobre a COVID sazonal – que já se prevê que será uma “doença residente” como a herpes ou a própria gripe.

O estudo foi feito nos Estados Unidos da América, por especialistas das universidades de Flórida e Maryland, além de um membro da Organização das Nações Unidas.

A conclusão principal é que a transmissão do coronavírus deverá ter “picos”, dependendo da temperatura e da humidade locais – em resumo, dependendo da estação do ano em que se encontra, regra geral.

As cidades ou regiões mais frias deverão registar um grande aumento de casos positivos durante o Inverno; as cidades ou regiões mais quentes deverão ter números maiores durante o Verão. As regiões mais amenas poderão passar por dois picos por ano.

A ideia de endemia foi repetida por Antar Jutla, da Universidade da Flórida: “Achamos que a COVID pode transformar-se numa endemia, o que significa que vai continuar entre a população humana, mas veremos picos consoante a região geográfica”.

“O grau de severidade vai ser definido pela temperatura”, continuou a especialista, em declarações ao jornal The Washington Post.

Pegando em números: nesta análise verificou-se que, em 19 regiões (em vários países), os números de casos aumentaram quando a temperatura, ou era inferior a 17 graus, ou era superior a 24 graus. No primeiro caso a tendência era maior em locais quentes, o segundo contexto verificou-se mais em locais habitualmente frios. Os locais com menos casos positivos encontravam-se entre os 17 e os 24 graus.

Para haver um aumento considerável de casos positivos, essas temperaturas deverão prolongar-se, em média, por 14 dias.

Chang-Yu Wu, outro dos responsáveis pelo estudo, falou sobre a humidade. Onde a temperatura é baixa, a evaporação vai diminuir os tamanhos das partículas e permitir que estas flutuem no ar por períodos mais longos, enquanto nos abrigos (casas ou outros estabelecimentos) as pessoas ficam expostas ao ar “fechado” que circula e que pode conter o vírus.

Em locais com maior humidade, as partículas do vírus podem condensar-se, aumentar e assim cair mais rapidamente. E a questão dos abrigos – desta vez para evitar o calor excessivo – é semelhante, com o acréscimo do ar condicionado.

Mas Chang-Yu Wu reforçou outra ideia: “O comportamento humano é um factor muito importante na transmissão do vírus. Não são só a física ou a biologia que está em causa. É uma combinação dos três”.

Estes dados foram recolhidos até Dezembro de 2021. Poderá haver alterações, se aparecerem novas mutações ou novas variantes do coronavírus.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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