A Europa, uma das primeiras regiões a ser duramente atingida pelo coronavírus, está a ficar para trás: os casos estão a aumentar e os processos de vacinação são muito demorados.
Em meados de maio do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Europa como o “epicentro” da pandemia. No verão, o continente ainda respirou de alívio, mas depressa os casos voltaram a aumentar.
Agora, a experiência europeia diverge da dos Estados Unidos e Reino Unido, que implementaram programas de vacinação eficazes e veem cair as taxas de novos casos. República Checa, Hungria, Estónia, Eslováquia, Itália, França, Polónia e Suécia encararam aumentos significativos na média de novos casos diários nas últimas semanas.
De acordo com a Time, a implementação lenta – e algo caótica – do plano de vacinação na União Europeia (UE) ameaça manter os países em confinamento, com graves consequências para a economia.
A República Checa viu os casos aumentarem acentuadamente nas últimas semanas e tem as taxas de infeção mais altas da Europa, com cerca de 110 novos casos por dia por 100.000 habitantes na semana passada.
A Estónia também está a braços com um surto, tendo registado cerca de 100 casos diários por 100.000 habitantes na semana passada, em comparação com os 40 registados no início de fevereiro. A Hungria, a Eslováquia, a Sérvia e a Suécia também registaram picos no início de março.
Mas a República Checa é, de longe, o país que mais sofre com a pandemia, que está a causar uma enorme pressão no sistema de saúde pública. No dia 5 de março, o Governo anunciou publicamente que havia pedido à Alemanha, à Suíça e à Polónia para acolher dezenas de pacientes com covid-19, com o objetivo de aliviar a carga nos hospitais.
A Time escreve que a “explicação mais provável” para o aumento de casos é a disseminação de uma nova variante, identificada pela primeira vez no sudeste de Inglaterra em dezembro. Estima-se que a variante, conhecida como B.1.1.7., seja cerca de 50% mais transmissível do que as formas anteriores do SARS-CoV-2.
Na República Checa, a falta de sequenciamento em massa do vírus, especialmente em dezembro e janeiro, significa que os cientistas não conseguiram identificar se e onde a variante B.1.1.7 se espalhou no país, esclareceu Rastislav Madar, chefe do Instituto de Epidemiologia e Saúde Pública na Universidade de Ostrava e ex-assessor do Governo.
Futuro da economia de mãos dadas com a vacinação
A economia da União Europeia contraiu 6,4% no ano passado, de acordo com o Eurostat. Carsten Brzeski, economista da empresa de serviços financeiros globais ING, considera que o futuro da economia depende da velocidade e eficácia da implementação da vacinação.
Com base na trajetória atual, Brzeski estima que a economia da Europa não recuperará os níveis anteriores à crise até ao final de 2022 ou início de 2023. “A Europa está provavelmente um ano atrás dos Estados Unidos.”
Nos EUA, 18,9% das pessoas receberam pelo menos uma dose da vacina e 9,9% foram totalmente vacinadas até 10 de março, segundo a Time. No Reino Unido, 34,2% da população recebeu a primeira dose e 1,9% foi totalmente vacinada até 10 de março, segundo o Politico.
Já a União Europeia administrou a primeira dose da vacina a 7% da população e vacinou totalmente 3,09% até 10 de março.
A aprovação tardia das vacinas, processos burocráticos de aquisição e atrasos na produção são as principais explicações para o processo moroso no bloco, que ficou para trás em comparação com os Estados Unidos e o Reino Unido.
Dentro da UE, o quadro de recuperação económica varia de acordo com o país. Espera-se que a Alemanha e a Holanda atinjam os níveis anteriores à crise no final de 2021 ou no início do próximo ano, mas Espanha, Itália e Grécia, cujas economias dependem fortemente do turismo, provavelmente só irão atingir esse nível no final de 2023.
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe
Parece-me que vai vir aí uma nova vaga, alguns países já começam a dar sinais disso mesmo!
Nós somos um país que sempre soube gerir os efeitos desta pandemia, por isso, só temos novecentos casos por dia, e alguns mortos. 😉 Tudo COOL. 🙂