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Costa quer poucas mexidas. O problema é se Centeno sai

Tiago Petinga / Lusa

O primeiro-ministro António Costa

O primeiro-ministro não quer grandes alterações no próximo Governo ao nível de ministros e secretarias de Estado. Mas se Centeno sair, “teremos de fazer um Governo daquele que temos”.

Em equipa que ganha não se mexe: esta é uma máxima que tanto se aplica no futebol, como na estratégia que António Costa se prepara para usar na formação do seu Governo na próxima legislatura.

O primeiro-ministro tem consciência de que terá de fazer obrigatoriamente algumas alterações. Vieira da Silva, por exemplo, não está disponível para continuar à frente da pasta do Trabalho e Segurança Social. Além disso, há uma outra pedra no sapato chamada Mário Centeno, cujo futuro pode passar pela direção do FMI.

Se esta última hipótese se concretizar, irá abrir uma vaga numa pasta crítica de qualquer Governo. Aliás, Costa já admitiu que se perder o seu ministro mais popular, “evidentemente teríamos de fazer um governo diferente daquele que temos”.

Para esse cenário, o nome mais falado no PS (referido até por Marques Mendes no seu habitual comentário na SIC) é o de Elisa Ferreira, atualmente no Banco de Portugal, mas que também é hipótese para a Comissão Europeia, segundo avança o Expresso.

Apesar de algumas mexidas cirúrgicas mas inevitáveis, Costa tem a equipa estabilizada desde a última remodelação, quando lançou novos ministros para a Saúde (Marta Temido), Economia (Pedro Siza Vieira, que já era ministro-adjunto), Infraestruturas (Pedro Nuno Santos), Planeamento (Nelson de Souza), Cultura (Graça Fonseca) e Assuntos Parlamentares (Duarte Cordeiro).

As listas de candidatos a deputados apresentadas pelo PS esta semana evidenciam a importância que o primeiro-ministro dá à manutenção de boa parte das peças do seu Executivo. Tal como o Expresso havia adiantado, quase metade dos 62 atuais membros do Governo são candidatos à Assembleia da República: são 27 os governantes nas listas, entre o primeiro-ministro, 12 ministros e 14 secretários de Estado.

Ainda assim, isto não significa que sejam apenas estes os governantes que António Costa conta repescar para o seu futuro Governo. Segundo o semanário, há o exemplo de Duarte Cordeiro que não quis integrar a lista de Lisboa, mas está disponível para continuar no Governo (só não tenciona ser deputado).

Pedro Siza Vieira, que só integrou o Executivo a meio do mandato, também não é candidato ao Palácio de São Bento, mas está no Governo para ficar, adianta ainda o Expresso.

No entanto, a regra é os ministros entrarem nas listas – e até Centeno marca presença, como 5.º em Lisboa, apesar das dúvidas em relação ao futuro do governante.

Na mesma lista surgem ainda Mariana Vieira da Silva, Graça Fonseca e João Gomes Cravinho, para além de António Costa como número 1. Pelo Porto concorrem João Matos Fernandes e Ana Paula Vitorino, enquanto Eduardo Cabrita surge na lista de Setúbal, Pedro Nuno Santos na de Aveiro, Tiago Brandão Rodrigues na de Vila Real e Capoulas Santos por Évora. Augusto Santos Silva concorre pelo círculo de fora da Europa e Marta Temido estreia-se como candidata encabeçando Coimbra.

De acordo com o matutino, há outras duas escolhas que significam apostas pessoais de Costa em protagonistas a quem augura futuro político: as secretárias de Estado Alexandra Leitão (Educação) e Ana Mendes Godinho (Turismo), que encabeçam as listas de Santarém e da Guarda, respetivamente.

ZAP //

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