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Costa: Portugal vai crescer – e devem ser os bancos a “gerir os problemas” no crédito habitação

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António Pedro Santos/LUSA

António Costa

Debate com a presença do primeiro-ministro, que assegurou que uma recessão não está no cenário do Governo para 2023.

“Não está no nosso cenário macro qualquer recessão em Portugal no próximo ano. Pelo contrário, Portugal vai continuar a crescer, obviamente a um ritmo inferior”.

Esta foi uma das ideias fundamentais deixadas por António Costa, já na fase final do debate realizado nesta quinta-feira no Parlamento.

Sem surpresas, as buscas na Presidência do Conselho de Ministros abriram o debate, quando André Ventura trouxe o assunto. O primeiro-ministro assegurou que nada sabia: “Não tenho nenhuma informação, não tinha, não tenho nem tinha de ter. Tenho sabido pela comunicação social”,

O líder do Chega abordou logo a seguir a questão das empresas do marido de Ana Abrunhosa, ministra da Coesão, que receberam fundos comunitários.

Costa contou que, no ano passado, e “dada a sensibilidade do problema”, Ana Abrunhosa apresentou esse assunto e pediu um parecer jurídico sobre o assunto. O melhor, revelou, era a pedir um parecer à Procuradoria-Geral da República.

“O parecer é inequívoco: nada sugere que foi comprometida a validade do acto”, analisou.

A questão do novo aeroporto originou um elogio ao PSD, concretamente ao seu presidente Luís Montenegro, que tem mostrado “vontade efectiva” para chegar a um entendimento. E já há acordo em relação à metodologia, numa altura em que o país “não aguenta mais adiamentos”.

Joaquim Miranda Sarmento, líder da bancada parlamentar do PSD, criticou o “bónus que afinal é um corte” nas pensões. “Dividir em dois o aumento do próximo ano não é cortar, é pagar em dois momentos distintos”, respondeu Costa.

Mais tarde, o primeiro-ministro disse a Catarina Martins (Bloco) que o Governo vai “até ao limite para apoiar o rendimentos dos pensionistas”. E acrescentou que a Segurança Social, que está “mais forte”, tem igualmente de pensar nos “pensionistas de amanhã”.

No diálogo com João Cotrim de Figueiredo (IL), surgiu uma capa do jornal Financial Times. Em destaque Kwasi Kwarteng, ministro das Finanças do Reino Unido que anunciou um considerável corte de impostos e que é um dos alvos dos protestos no país.

“O novo Governo inglês pensa exatamente o que a IL pensa. Apresentou um mini-orçamento com o maior choque fiscal que existia desde os anos 70 e o efeito imediato foi a desvalorização brutal da libra, a subida brutal das taxas de juro e o banco central de Inglaterra teve de injetar milhões de euros para resgatar fundos de pensões privados. Imagine que esta era a sua fotografia. Esta é a sua cara, a cara da IL”, atirou.

E a ironia continuou: “Falhei: não consegui em quase 7 anos esta queda de credibilidade internacional de Portugal, este disparo brutal de juros e desvalorização da moeda”.

Com Jerónimo de Sousa, o ataque com ironia partiu mesmo do líder do PCP: “Ao ouvir o primeiro-ministro, ainda poderia concluir-se que trabalhadores e reformados ainda ficam a dever dinheiro ao Governo! Mas pronto, é a sua verdade, fica assim”.

A situação dos créditos à habitação foi questionada por Catarina Martins, que esperava ouvir que solução contratual os bancos vão encontrar, “já que encontrar solução contratual é incumbência das entidades bancárias”. António Costa afastou-se: “Vamos ver e é possível gerir o problema. Estamos a acompanhar a situação e devemos ir acompanhando mas não nos devemos antecipar ou substituir os bancos. Devem ser os bancos a gerir os problemas”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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2 Comments

  1. os bancos e as pessoas têm que ser mais responsáveis. Contrair um crédito à habitação para comprar algo que vale 100 e pelo qual se paga 200 é de grande irresponsabilidade de quem contrai e de quem empresta. Basta ouvir a publicidade dos bancos, é tudo facilidades e tudo aprovado em 24 horas. Quem é responsável não tem que continuar a pagar a fatura. Recorrer aos fundo de resolução é fácil, os bancos têm que fazer parte da solução. Se me deverem dinheiro e não me pagarem, tenho direito a recorrer aos impostos de todos nós para me ressarcir? Não. Então… Até agora pagava-se às pessoas para contraírem um empréstimo (taxas negativas), agora que sobe para 1% está tudo em pânico. Já se esqueceram das taxas de juro normais do crédito à habitação? superiores a 10% Eu não, porque as paguei, mas não comprei carro, mobília, férias, casa ao dobro do preço do respetivo valor, etc, etc. Basta de considerar pessoas irresponsáveis como coitadinhos.

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