O secretário-geral do PS, António Costa, formalizou este domingo, perante a Comissão Política do seu partido, a apresentação de uma moção de rejeição ao Governo PSD/CDS, que deverá ser votada na terça-feira na Assembleia da República.
A proposta de avançar com a apresentação de uma moção de rejeição ao XX Governo Constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho, foi transmitida por António Costa no início da reunião da Comissão Política Nacional do PS.
Segundo fonte da direção socialista, na sua intervenção, António Costa fez o ponto da situação das negociações com o PCP, Bloco de Esquerda e Os Verdes para a formação de um executivo alternativo socialista, concluindo que “estão garantidas as condições de estabilidade para uma governação de legislatura”.
“Estão preenchidas condições para uma alternativa real e credível, duradoura para uma legislatura”, declarou o secretário-geral do PS.
Assis critica a “falta de solidez” no apoio da esquerda
O eurodeputado socialista Francisco Assis considerou que o acordo entre PS, Bloco e PCP carece de solidez face aos imponderáveis de uma governação, sobretudo no plano europeu, e que há divergências “de fundo” entre estas forças.
“Entendo que as nossas divergências de fundo com o PCP e Bloco de Esquerda são de tal ordem em matérias fundamentais que não dão garantias de termos um Governo com uma verdadeira capacidade reformista”, declarou o ex-líder parlamentar do PS, apontando como exemplos de divergências de fundo as áreas da economia, das finanças, a União Europeia e “o próprio modelo de sociedade”.
Questionado sobre a aprovação no sábado, pela Comissão Nacional do PS, por ampla maioria, de um programa de Governo já acordado com o PCP e Bloco de Esquerda, Assis contrapôs que um programa de Governo “não é apenas uma lista de medidas“.
“Um compromisso de Governo é a possibilidade de compartilhar algumas ideias de fundo numa altura tão decisiva da vida europeia. A minha divergência com este caminho da direção do PS é de fundo, além de que fiz uma interpretação dos resultados das eleições legislativas que levanta um problema: O PS, face aos resultados que teve, deveria assumir no parlamento a liderança da oposição. Esse seria o caminho mais adequado”, completou.
Mas Francisco Assis levantou também dúvidas sobre a solidez desse futuro executivo de esquerda, advertindo que governar “não é só ter um conjunto de medidas pré-estabelecidas, mas, sobretudo, enfrentar situações imponderáveis ou desconhecidas”.
/Lusa
Não basta uma lista de medidas “concretas”… Como será com os “imponderáveis” no decorrer da governação? Deveras inconsistente o que resulta de bicos de pés de um e de outros amorfos da política partidária nacional. Nem sequer perceberam o golpe de rins do TSipras e quase implosão do Syriza… Em Portugal tudo funciona desde que alguém queira e outros se calem.
A culpa é do Centeno porque o Costa não percebe de economia como se provou nos debates da campanha. Assim sendo, esperemos pela responsabilidade civil ((ou criminal) de cada um deles porque a responsabilidade política é uma autêntica treta.