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Cortes de Rio estão a pôr o PSD a dar lucro. Carros até têm controlo de velocidade

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Miguel A. Lopes / Lusa

O presidente do PSD, Rui Rio

A estratégia de Rui Rio está a funcionar e as contas do partido estão a ir de vento em popa. Para poupar nas multas, o partido até instalou um sistema de controlo de velocidade por GPS.

O líder social-democrata decidiu fazer uma gestão zelosa das contas do partido para manter a fama das boas contas do Porto. Desta forma, o PSD deu ordens aos funcionários da São Caetano para cumprirem as regras de trânsito quando conduzem os carros do partido- e até mandou instalar um sistema de controlo de velocidade por GPS nas viaturas, de modo a reduzir o valor pago em multas.

Entre 2015 e 2017, o PSD pagou 8,9 mil euros só em coimas de trânsito, um “facto que não pode ser admitido por um partido que se quer cumpridor”, lê-se no Relatório de Gestão e Contas de 2018, que esta sexta-feira Rui Rio levou à apreciação do Conselho Nacional, em Viana do Castelo.

No ano passado, o PSD deu um lucro de 770 mil euros. Este valor contrasta com o ano de 2017 (durante a liderança de Pedro Passos Coelho), que registou um prejuízo de 2,5 milhões de euros.

Estes resultados financeiros positivos do PSD fazem parte também de uma estratégia política, uma vez que o relatório, assinado pelo secretário-geral José Silvano, está repleto de críticas à anterior liderança.

O partido deixou de estar em falência técnica“, foi assim que resumiu o dirigente numa das primeiras conclusões do relatório. O ex-autarca portuense quer dar como exemplo ao país o que está a fazer em relação às contas do partido, avança o Expresso.

A redução abrupta nas despesas não dispensou esforço, tendo sido feitos cortes significativos: menos 30% em deslocações e estadias, menos 39% em telecomunicações (os gastos reduziram-se de 121 mil para 73 mil euros), menos 43,1% em combustíveis, menos 70% em prestação serviços de media, menos 55,8% na manutenção de viaturas.

Além disso, o aniversário do PSD custou menos 56% e a festa do verão custou menos 79%, passando de 77,5 mil euros para 16,2 mil. Esta política de contenção de gastos resultou numa redução em 186 mil euros no total de fornecimentos e serviços externos.

Só os gastos com o serviço postal subiram 4,5%, sobretudo por causa do envio de avisos para pagamento de quotas.

No passivo do partido, registou-se uma redução de 33% em 2018, o que representa “um montante total de 4,7 milhões de euros”, avança o relatório, “resultado alcançado através da contenção de custos na sede nacional e com a liquidação de dívidas a fornecedores”. Contudo, mesmo assim, o passivo ainda se mantém nos 9,7 milhões de euros.

A liderança também promoveu uma reavaliação do valor do imobiliário do PSD que fez subir o valor do ativo para 29,8 milhões de euros. “Assim, fruto de todos estes eventos, a situação líquida do partido, que era em 2017 negativa em 1,3 milhões de euros, inverteu por completo, sendo agora positiva em 20 milhões de euros“, lê-se no documento.

ZAP //

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