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Coreia do Norte “exibe” político alegadamente enviado para campo de trabalho

U.S. Department of State / Wikimedia

Kim Yong-chol (e) e Mike Pompeo (d)

A imagem de uma alta autoridade norte-coreana alegadamente enviada para um campo de trabalho após o fracasso da cimeira com os EUA apareceu esta segunda-feira na imprensa estatal da Coreia do Norte, junto ao líder Kim Jong-un.

As publicações norte-coreanas mostraram Kim Yong-chol sentado na mesma fila de Kim Jong-un, durante uma apresentação musical das mulheres dos oficiais do Exército Popular da Coreia.

Um jornal da Coreia do Sul noticiou na sexta-feira que Kim Yong-chol teria sido enviado para um campo de trabalho. Kim Yong-chol é um alto responsável do partido único no poder e homólogo norte-coreano do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, nas negociações sobre a questão nuclear.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, e Kim encurtaram a cimeira de Hanói, concluída sem qualquer acordo e sem uma declaração comum, devido à impossibilidade de um entendimento em relação ao desmantelamento do programa nuclear de Pyongyang em troca de um levantamento das sanções económicas impostas ao país asiático. Desde então, o Norte realizou já dois testes de mísseis de curto alcance.

Em abril, a comissão parlamentar sobre informações sul-coreana afirmou que Kim Yong-chol tinha sido sancionado pela gestão da cimeira de Hanói, apesar de ter sido recentemente nomeado para a Comissão de Assuntos de Estado, o primeiro órgão do Estado norte-coreano, presidida pelo líder do regime e herdeiro da dinastia Kim.

As notícias sobre esta alegada purga foram publicadas depois de o Rodong Sinmun, órgão oficial do partido no poder na Coreia do Norte, ter advertido na quinta-feira que os responsáveis que cometam atos hostis ao partido ou antirrevolucionários seriam confrontados com o “julgamento severo da revolução”.

Além de Kim Yong-chol, os jornais coreanos avançaram que Kim Hyok-chol, responsável pelas negociações que conduziram à cimeira de Hanói, foi executado no aeroporto de Pyongyang juntamente com outros quatro funcionários do ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano. O responsável terá sido acusado de ser um espião ao serviço dos EUA, por não ter prestado informações completas sobre as negociações entre os dois países.

Também Sin Hye Yong, uma intérprete responsável pelas traduções no encontro, terá sido detida num campo para prisioneiros políticos, juntamente com Kim Song Hye, que lidera o comité para a reunificação das Coreias e que tem sido responsável por diversos contactos do país a nível internacional.

A cimeira de Hanói, em fevereiro, foi o segundo encontro pessoal entre Kim Jong-un e Donald Trump em menos de um ano — depois de um primeiro em Singapura. Enquanto os EUA pretendem negociar a desnuclearização total da península coreana, a Coreia do Norte quer o fim das sanções que isolam o país.

Na cimeira histórica realizada em junho, em Singapura, entre Donald Trump e o líder norte-coreano, os dois países concordaram em “trabalhar para a completa desnuclearização da península” coreana. De forma a avançar com o processo, Pyongyang tem insistido na remoção das sanções lideradas pelos EUA contra o país.

Os Estados Unidos pretendem continuar as sanções a Pyongyang, enquanto o regime não avançar no processo de desnuclearização e exigem que a Coreia do Norte tome medidas concretas, enquanto o regime norte-coreano pede que um tratado de paz seja assinado antes para ajudar a garantir a sua sobrevivência.

ZAP // Lusa

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