O líder do Partido Trabalhista, o maior partido da oposição do Reino Unido, disse que estão reunidas as condições para apoiar a realização de eleições antes do Natal.
“Vamos agora lançar a mais ambiciosa e radical” campanha eleitoral, disse Jeremy Corbyn, citado pela Reuters. “Tenho dito que estamos prontos para uma eleição antecipada e que o nosso objetivo é retirar o Brexit sem acordo de cima da mesa”, disse Corbyn à cúpula do partido, segundo o seu gabinete.
“Ouvimos agora a União Europeia confirmar o prolongamento da aplicação do artigo 50 até 31 de Janeiro, por isso, nos próximos três meses, a nossa exigência de retirar o no deal da mesa foi garantida. Vamos agora lançar a campanha eleitoral mais ambiciosa e radical que este país já viu”, garantiu o líder, em comunicado enviado às redações e citado pela Sky News.
Neste momento, de acordo com o semanário Expresso, a média das sondagens já publicadas no Reino Unido sobre um possível confronto em eleições gerais mostra que cerca de 10 pontos, em média, separam os trabalhistas dos conservadores (oscilando entre os 35% e os 37% para os conservadores).
Na segunda-feira, os liberais-democratas e os nacionalistas-escoceses do SNP propuseram a data de 9 de dezembro, mas o primeiro-ministro anunciou que a moção que irá ser votada esta terça-feira é para o dia 12 de dezembro. A data pode ser alterada por emenda parlamentar, aprovada por uma maioria de deputados.
Quanto ao Labour, o partido parece ter alterado a sua posição face à véspera — quando se absteve por não “confiar” que o primeiro-ministro possa ter afastado o risco de no deal.
A proposta de realizar eleições antecipadas a 12 de dezembro recebeu 299 votos a favor e apenas 70 contra, mas mesmo assim não atingiu o patamar exigido de dois terços dos votos da Câmara dos Comuns, equivalente a 434 deputados. Para passar, a proposta precisava do apoio do Partido Trabalhista, que optou por se abster.
A votação para antecipar eleições legislativas ocorreu no mesmo dia em que a União Europeia aceitou adiar por três meses a saída do Reino Unido da União Europeia, até 31 de janeiro de 2020, oferecendo, contudo, a possibilidade de o país abandonar mais cedo o bloco caso o Parlamento ratifique o Acordo de Saída.
Boris Johnson já escreveu ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a confirmar que aceita o adiamento, apesar de discordar.
“Devo fazer a minha opinião clara de que este prolongamento indesejado da permanência do Reino Unido na UE é prejudicial para a nossa democracia e para a relação entre nós e os nossos amigos europeus”, vincou.
E a comédia passa para mais um episódio!