A proposta do Governo britânico para antecipar eleições legislativas foi chumbada, esta segunda-feira, pela terceira vez, mas o primeiro-ministro anunciou que vai tentar novamente na terça-feira.
A proposta de realizar eleições antecipadas a 12 de dezembro recebeu 299 votos a favor e apenas 70 contra, mas mesmo assim não atingiu o patamar exigido de dois terços dos votos da Câmara dos Comuns, equivalente a 434 deputados. Para passar, a proposta precisava do apoio do Partido Trabalhista, que optou por se abster.
Perante este cenário, Boris Johnson anunciou que o Governo vai apresentar ainda esta noite uma proposta de lei para serem convocadas eleições legislativas a 12 de dezembro, procedimento que apenas requer uma maioria simples.
A proposta de lei foi sugerida, no fim-de-semana, pelos Liberais-Democratas e também conta com o apoio do Partido Nacional Escocês. O Governo vai revelar os termos dessa proposta ainda hoje.
“Esta câmara não pode continuar a manter este país refém. Milhões de famílias e empresas não podem planear o futuro. E não acredito que esta paralisia e esta estagnação devam continuar”, afirmou.
A votação ocorreu no mesmo dia em que a União Europeia aceitou adiar por três meses a saída do Reino Unido da União Europeia, até 31 de janeiro de 2020, oferecendo, contudo, a possibilidade de o país abandonar mais cedo o bloco caso o Parlamento ratifique o Acordo de Saída.
Boris Johnson já escreveu ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a confirmar que aceita o adiamento, apesar de discordar.
“Devo fazer a minha opinião clara de que este prolongamento indesejado da permanência do Reino Unido na UE é prejudicial para a nossa democracia e para a relação entre nós e os nossos amigos europeus”, vincou.
ZAP // Lusa