Circulam milhões de convocatórias da polícia. São falsas

A pandemia surgiu e o número de denúncias de cibercrimes, em Portugal, multiplicou-se por 11.

O dia-a-dia dos portugueses (e não só) nunca foi tão digital como durante a pandemia COVID-19, e também por isso, o número de cibercrimes aumentou como nunca, ao longo dos últimos três anos.

A Procuradoria-Geral da República partilhou um documento sobre o assunto, divulgado pelo portal Eco, que revela que em 2019 havia 193 denúncias de cibercrimes; no ano passado houve 2.124. O número multiplicou-se por 11.

E, mesmo entre os últimos dois anos, de 2021 para 2022 registou-se um aumento de 73,58% no número de denúncias. Tinham sido 1.160 há dois anos.

No ano passado, 359 denúncias foram encaminhadas para abertura de inquérito.

A maior novidade neste contexto foi o aparecimento de milhões de mensagens que anunciavam convocatórias de polícia. São falsas.

Os e-mails aparecem na caixa de correio electrónico de qualquer pessoa, têm anexos, simulam ser uma notificação judicial e normalmente acusam a pessoa de abuso sexual de crianças, avisando que decorre uma investigação criminal.

A mesma mensagem avisa que a investigação termina se o “acusado” pagar uma determinada quantia. Caso a pessoa responda, depois recebe um NIB para pagar 2 a 3 mil euros, normalmente.

O esquema é muito duvidoso porque os nomes das próprias alegadas autoridades nem existem. Mesmo assim, há quem esteja a ceder e pague aos criminosos.

Houve 224 denúncias deste tipo de crime, um número superado apenas pelo phishing, com 358 denúncias.

O phishing acontece quando as vítimas são incentivadas a partilhar informações confidenciais. No ano passado, na maioria das vezes, os criminosos tentaram obter dados de acesso a cartões e a contas bancárias.

As fraudes espalharam-se para as criptomoedas (94 denúncias) e para as plataformas de vendas online e para a MBWay, com 84 denúncias.

A primeira denúncia relacionada com o WhatsApp surgiu apenas em Setembro mas, em quatro meses, já foram registadas 65 queixas, com pagamentos entre 750 e 4 mil euros.

Também há casos de burlas com páginas “falsas” da internet e no mercado imobiliário (arrendamento de casas de férias).

ZAP //

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