Os burlões estão agora a também tentar enganar irmãos e avós. Os portugueses já foram lesados em mais de um milhão de euros com estes esquemas no WhatsApp.
Após os famosos esquemas do “olá, mãe” ou “olá, pai” em que burlões se fazem passar pelos filhos das pessoas que contactam e lhes pedem dinheiro, os criminosos do WhatsApp têm agora novos alvos.
Este tipo de esquema remonta a outubro do ano passado e consiste em receber uma mensagem de um número desconhecido que alega ser seu filho. Os burlões usam várias desculpas — ficaram sem bateria no seu telemóvel e estão a usar o de um amigo, mudaram de número, não conseguem aceder à sua conta bancária para pagar contas, etc — e pedem dinheiro aos supostos pais.
Quando as pessoas caem no esquema, transferem o dinheiro para as chamadas “contas trampolim“, em que mal o dinheiro entra, é logo retirado. Isto dificulta a anulação das transferências quando a vítima se apercebe de que foi burlada. De acordo com os dados da PSP, este tipo de crime no WhatsApp já lesou os portugueses em mais de um milhão de euros.
Estas burlas estão de volta em força e agora já não se limitam apenas aos pais com filhos mais jovens, como era costume. Há agora casos de pais com filhos adultos e já totalmente independentes que também caem na armadilha.
De acordo com a CNN Portugal, há também agora pessoas mais velhas a receber mensagens “olá, avô/avó” e outras a receber “olá, mana/mano”. Os valores exigidos também têm subido, chegando já aos milhares de euros de cada vez.
Os truques dos burlões
Em muitos casos, os burlões falam com as vítimas de forma pessoal antes de pedirem o dinheiro e tudo indica que se tratam mesmo da pessoa que alegam ser. Por exemplo, é pouco provável que um jovem de 20 anos receba mensagens “olá, pai”, dado ser ainda muito novo para ter filhos adultos. O especialista em cibersegurança Nuno Mateus Coelho refere que os criminosos descobrem estes dados na darkweb.
“Eles não precisam de fazer um grande investimento”, afirma, frisando que há muitas informações disponívels de forma gratuita graças aos “dumps” — grandes fugas de dados nas redes sociais. “O Facebook perdeu quatro mil milhões de contas, o LinkedIn perdeu 500 mil contas”, lembra, realçando que aqui há “nomes, profissões, contactos, e-mails, anos de nascimento”.
Os burlões fazem depois alguma pesquisa sobre as vítimas, como ver se têm fotografias publicadas com os filhos ou netos. É depois feita uma seleção. “Há que procurar aqueles que demonstram ter uma vida menos preocupada com dinheiro e, por isso, podem ser mais crédulos e vulneráveis a dar algum dinheiro”, alerta.
O professor universitário traça o perfil dos criminosos: trabalham em grupo e “às vezes, até são famílias”, e a maior parte estará fora de Portugal.
Caso conheça casos de burla deste género, deve apresentar queixa na GNR, PSP ou Polícia Judiciária. As autoridades afirmam que recebem, em média, 10 denúncias por dia.
lamento mas sô cai quem quer , os riscos de divulgar contas bancarias nestes vários aplicativos , são mais que conhecidos e divulgados !