Convenção democrata arranca com apoio de Sanders e discurso emotivo de Michelle Obama

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Peter Foley / EPA

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O primeiro dia da Convenção Democrata, que deverá eleger Hillary Clinton como candidata oficial às Presidenciais, ficou marcado pela revolta dos apoiantes do ex-rival Bernie Sanders. Felizmente, estava lá Michelle Obama para salvar a noite. 

Bernie Sanders, que recentemente desistiu da corrida pela nomeação, inaugurou esta segunda-feira a Convenção Democrata, que está a decorrer em Filadélfia até quinta-feira.

O senador norte-americano, que oficializou o apoio àquela que era a sua única rival, Hillary Clinton, teve um dos primeiros discursos da noite e garantiu sentir-se “orgulhoso” de estar ao lado da ex-primeira-dama.

“Considerando as suas ideias e liderança”, Clinton é uma opção melhor do que Donald Trump e “tem de ser a próxima Presidente dos Estados Unidos”, afirmou Sanders.

“Estas eleições são sobre que candidato compreende os verdadeiros problemas que o país enfrenta e as reais soluções que propõe”, disse o senador.

“Precisamos de uma liderança que nos una e nos torne mais fortes, não de uma liderança que insulta os latinos, os mexicanos, os muçulmanos, as mulheres, os afro-americanos, os veteranos e os doentes para nos dividir”, continuou.

“Hillary Clinton vai ser uma excelente Presidente e eu estou orgulhoso de estar ao lado dela hoje”, acrescentou.

Enquanto discursava, o senador viu os seus apoiantes, que ainda não aceitam a nomeação da ex-secretária de Estado, a vaiar, gritar e assobiar sempre que este pronunciava o nome de Hillary.

Antes, os líderes do Partido Democrata pediram desculpa ao senador norte-americano pelos e-mails “indesculpáveis” destinados a minar a sua corrida à Casa Branca.

“Queremos apresentar um pedido de desculpas profundo e sincero ao senador Sanders, aos seus apoiantes e a todo o Partido Democrático pelas observações imperdoáveis feitos por email”, disse o Comité Nacional Democrata.

Segundo o comité, aqueles comentários não refletem os valores do partido nem o “firme compromisso com a neutralidade” durante as eleições primárias.

Apesar do clima de contestação e de protestos, que mostra que não é só o partido republicano que está desunido, acabou por ser a ainda primeira-dama a salvar a noite.

Michelle Obama declarou o seu apoio a Clinton com um discurso que emocionou o público, considerando que a ex-secretária de Estado é a única candidata que está qualificada para ser Presidente dos Estados Unidos.

“É a única pessoa que eu acredito estar verdadeiramente qualificada para ser Presidente dos Estados Unidos”, disse Michelle, casada com o atual Presidente, Barack Obama.

“Nestas eleições, eu estou com ela“, vincou a primeira-dama, num discurso que foi muito aplaudido.

“Por causa de Hillary, as minhas filhas e todos os nossos filhos e filhas dão agora por garantido que uma mulher pode ser Presidente dos Estados Unidos”, acrescentou.

Michelle Obama lembrou ainda como as duas filhas eram crianças quando o pai chegou à Casa Branca e que agora são já “jovens mulheres”.

“Dizemos-lhes para ignorarem aqueles que questionam a cidadania ou a fé do pai”, afirmou, numa referência a algumas questões levantadas por Trump sobre o registo de nascimento de Obama.

“Insistimos em que a linguagem de ódio que elas ouvem em figuras públicas na televisão não representa o verdadeiro espírito deste país”, declarou.

“De agora a novembro (…) temos de derramar a última gota da nossa paixão e da nossa força por este país para eleger Hilllary Clinton”, afirmou.

 ZAP / Lusa

2 Comments

  1. O tudo por tudo por uma candidata aparentemente abaixo das condições exigidas por um país da dimensão dos USA, do lado republicano parece não estarem melhor servidos, será talvez falta de qualidade nos cérebros americanos para que não apareça ninguém mais credível?

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