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Contágios vão aumentar, mas Costa recusa fechar escolas (e nega ultimato à esquerda)

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Manuel De Almeida / Lusa

O início do ano lectivo é o “teste mais importante” na luta contra a covid-19, assumiu o primeiro-ministro e líder socialista na conferência nacional do PS, em Coimbra, alertando que “as escolas não podem encerrar”. António Costa também assegurou que não fez “nenhum ultimato” à esquerda.

Depois de ter dito, em entrevista ao Expresso, que se não houver um acordo para a aprovação do Orçamento do Estado para 2021, haverá uma “crise política”, apelando a um entendimento à esquerda e recusando negociar com a direita, Costa veio refutar a ideia de que tenha lançado “um ultimato” a PCP e Bloco de Esquerda.

Ninguém fez nenhum ultimato. O que foi dito foi óbvio. É aliás o que todos nós partilhamos: o país está a enfrentar uma crise muito profunda do ponto de vista económico e social e, portanto, a última coisa de que precisa é de uma crise política”, frisou o primeiro-ministro em Coimbra, no âmbito da conferência nacional do PS.

O líder do executivo disse que o que é necessário “é que todos se empenhem a trabalhar para que haja um acordo e que esse acordo seja um acordo com o horizonte de uma legislatura”.

Segundo Costa, as primeiras reuniões com os parceiros de esquerda e o PAN, na semana passada, mostraram que há “excelentes condições para que isso aconteça”.

Regresso do ano lectivo vai ser “teste mais importante”

No início do seu discurso na abertura da conferência do PS, em Coimbra, Costa dedicou as suas primeiras palavras ao combate à pandemia de covid-19, abordando aquele que vai ser o “teste mais importante”, isto é, o início do ano lectivo.

“Quando o ano lectivo recomeçar, naturalmente o risco de contágio vai aumentar“, apontou o primeiro-ministro, frisando que “se aumenta o risco tem de aumentar a prevenção”.

Certo é que “as escolas não podem encerrar, nem podemos ter o nível de ensino à distância que tivemos no ano passado”, alertou já Costa, vincando que “a escola pública e o ensino presencial são fundamentais”.

Assim, “é essencial que organizemos em cada agrupamento de escolas e em cada estabelecimento, planos de contingência para responder ao que é preciso: vai sempre haver um aluno ou um professor contaminado, temos de evitar que um aluno infectado não seja sinal de que a escola toda vá fechar”, apontou.

No sentido de reforçar a prevenção, Costa apelou para a importância de usar a aplicação digital “Stay way covid” que foi desenvolvida para rastrear a covid-19, garantindo que vai ser “o primeiro a dar o exemplo”, descarregando-a logo que esteja disponível a partir desta terça-feira.

A crise não vai desaparecer “por milagre”

Na conferência sob o lema “Recuperar Portugal”, o secretário-geral do PS falou também sobre a recuperação económica do país, considerando que a batalha contra a crise é uma maratona e que a resposta transcende o horizonte da actual legislatura.

Apresentando as linhas gerais dos planos de recuperação em preparação pelo Governo, Costa considerou fundamental a existência de “um consenso” político e social porque “o país não tem pela frente uma corrida de cem metros”.

“Muitos acreditaram que a covid-19 desaparecia, se estivéssemos 15 dias em estado de emergência e nos fechássemos em casa, mas já percebemos que não é assim. Esta é uma maratona do ponto de vista sanitário. Mas é também uma maratona dos pontos de vista económico e social“, advertiu o líder dos socialistas.

Neste ponto, António Costa frisou que não se pode dizer simultaneamente que Portugal enfrenta “a maior crise económica de sempre e esperar que essa crise desapareça amanhã por milagre, se a covid-19 desaparecer”.

“Não, a covid-19 vai deixar marcas, porque houve empresas que foram destruídas, há empresas que não vão reabrir e há capital que se perdeu. A recuperação desta crise é um trabalho de fundo e muito exigente”, acentuou o secretário-geral do PS.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Frente a esta calamidade Viral, é necessario manter o essencial activo, para que a nossa Sociedade possa sobreviver. Os pilares fundamentais da Sociedade, tem de continuar a funcionar. Enquanto não existir um tratamento profilático ou terapêutico eficaz, terá que se descartar quaisquer actividade não fundamental e geradora de R.T. É uma medida que muitos consideram “injusta” mas absolutamente necessária para limitar Baixas Humanas. A Saúde e sobrevivência de cada um de nós tem esse preço….infelizmente !

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