O Partido Popular austríaco do antigo chanceler Sebastian Kurz ganhou as legislativas antecipadas que se realizaram este domingo na Áustria, com margem suficiente para reeditar a coligação com os ultranacionalistas do FPÖ, segundo as sondagens.
O PP austríaco obteve 37% dos votos, mais 5,5 pontos percentuais do que nas eleições de há dois anos, no seguimento das quais celebrou uma coligação com o ultranacionalista FPÖ. Este partido, que caiu nove pontos, teve 16,6% dos votos, segundo a agência de notícias austríaca, APA, citada pela congénere espanhola, Efe.
A Áustria votou este domingo em eleições legislativas, depois do colapso em maio da coligação entre conservadores e extrema-direita.
O país de 8,8 milhões de habitantes é administrado desde junho por um governo interino, depois de o escândalo Ibizagate ter levado à demissão do líder da extrema-direita e vice-chanceler Heinz-Christian Strache, à dissolução da coligação ÖVP-FPÖ e à votação de uma moção de censura a Kurz.
O FPÖ caiu em desgraça após a divulgação de um vídeo em que o seu líder e vice-chanceler, Heinz-Christian Strache, foi apanhado a discutir formas de contornar a lei de financiamento dos partidos em troca de potenciais contratos públicos inflacionados a uma suposta milionária russa, e ainda meios para controlar os media na Áustria.
A divulgação das imagens de parte da conversa provocou um enorme sentimento de vergonha e protestos espontâneos em Viena. Sebastian Kurz quebrou a coligação e pediu eleições antecipadas. Foi criticado por ter formado governo com o FPÖ, por não ter desistido da coligação mais cedo depois de sinais de alarme.
O Presidente, que é quem demite membros do Governo, seguiu a recomendação de Kurz e afastou esta terça-feira o ministro do Interior, Herbert Kickl. Os restantes ministros do partido demitiram-se em protesto pelo afastamento de Kickl, o dos Transportes, Norbert Hofer e ainda os titulares da Defesa e Assuntos Sociais.
ZAP // Lusa