Conselheiro de Trump manda calar a imprensa, o “partido da oposição”

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Andrew Harrer / POOL / EPA

Steve Bannon, principal estratega e conselheiro do Presidente dos EUA Donald Trump

Steve Bannon, principal estratega e conselheiro do Presidente dos EUA Donald Trump

Um dos principais conselheiros do Presidente norte-americano considerou que a imprensa é o “partido da oposição” e que “deve ficar em silêncio”, numa entrevista divulgada esta sexta-feira pelo The New York Times.

“Eu quero que me cite. Os meios de comunicação social são o partido da oposição. Eles não entendem o país. E continuam sem entender as razões pelas quais Donald Trump é Presidente dos Estados Unidos”, disse Steve Bannon, em entrevista feita quarta-feira por telefone ao The New York Times.

A imprensa deve ser prejudicada e humilhada, deve calar-se e escutar por um instante”, acrescentou o fundador do site de notícias “Breitbart News”, ligado à chamada “direita alternativa”.

Bannon acusou também a imprensa de ter sido ativista da campanha de Hillary Clinton.

“É por isso que não têm poder. Foram humilhados“, disse Bannon ao jornal americano, que tem sido duramente criticado por Trump.

Os comentários de Steve Bannon aumentam a campanha da Casa Branca para desacreditar a imprensa e ocorrem depois do Presidente dos EUA ter afirmado no sábado que os jornalistas estavam entre as “pessoas mais desonestas do mundo”.

Questionado sobre a credibilidade do porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, depois de ter feito uma conferência de imprensa em que insistiu em informações falsas, Steve Bannon disse: “Achamos que é um distintivo de honra”.

“A imprensa tem integridade zero, inteligência zero e não trabalha”, acrescentou.

Naquela que é a primeira semana de Trump no poder, os media americanos têm estado num braço-de-ferro com a nova administração, nomeadamente pela quantidade de pessoas que assistiram à tomada de posse em Washington, no passado dia 20.

A imprensa norte-americana noticiou que a cerimónia contou com cerca de um terço dos participantes que estiveram na tomada de posse de Obama, em 2009, e que teve até muitos menos público do que a Marcha das Mulheres, que aconteceu no dia seguinte e que contou com cerca de 500 mil pessoas na capital e muitas outras espalhadas por várias cidades do mundo.

A equipa de Trump defende que a cerimónia teve uma “audiência nunca antes vista” e a ministra da Propaganda do novo governo disse que a administração da Casa Branca tem “factos alternativos” sobre a realidade, o que fez disparar a venda do livro “1984”, de George Orwell.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. “A imprensa tem integridade zero, inteligência zero” Uma boa forma de caracterizar o Trump e os seus apoiantes… No que respeita a trabalhar, parece-me um pouco injusto. Tanto a imprensa como o Trump trabalham… para fazer m er da, mas trabalham!

  2. Sinceramente está é uma questão interessante. A comunicação social comenta tudo e todos. Tem um poder estratosferico. Mas ninguém consegue atacar a comunicação social!…
    É o que se vê aqui no bairro…
    Concordo com Trump que a C social vale zero e não tem integridade e deve ser disciplinada. A liberdade de imprensa é usada por estes senhores para exercer um poder de oposição descomunal . Mas com que direito?!… Dever ser controlada… O conceito de liberdade de imprensa – um tabu da democracia – deve ser rapidamente revisto !

  3. A imprensa á muito mas muito tempo que não informa como supostamente o deveria, seria optimo que os jornalistas , apresentadores , analistas , etc que nos entram pela casa dentro sem nossa autorização tivessem tatuado na testa a cor a que pertencem. O impressa diz o que quer e lhe apetece , faz dano á vida privada e empresarial escondendo-se atrás do tal segredo de informação e o resto que se dane.
    O Presidente Trump certamente que não precisa da politica, vamos aguardar e ver o seu input que não será somente sentido nos EUA

  4. A imprensa e os jornalistas por necessidade de sobrevivência (creio) nem sempre se têm comportado bem (sobretudo alguns) mas compará-los aquela “escumalha associada ao Trump” é demais. Apesar de tudo os aspectos positivos da imprensa ainda se sobrepõem aos negativos. Na minha óptica, claro.

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