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Conflito entre Governo e rebeldes etíopes pode desestabilizar ainda mais o Corno de África

Os líderes da região rebelde de Tigray, na Etiópia, recusaram-se na quarta-feira a render-se às tropas federais, reclamando vitória numa guerra que poderá inflamar a fricção étnica regional e desestabilizar ainda mais o Corno de África.

Como noticiou o Expresso, a Frente de Libertação Popular do Tigray (TPLF), liderada por Debretsion Gebremichael, disse estar a vencer “o inimigo” e que os seus cidadãos “nunca se ajoelharão”, um dia depois de as forças do Governo terem lançado ataques aéreos e por terra à capital, Mekelle.

Embora não seja consiga confirmar, aponta-se para centenas de mortos em ambos os lados, além do êxodo da população para a República do Sudão, com o chefe do exército federal, Berhanu Jula, a afirmar vitória em todas as frentes.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, vencedor do Nobel da Paz de 2019, afastou conversações e insistiu na força enquanto militares etíopes na província do Tigray estão a tomar o partido do TPLF, organização política esteve no poder nos últimos 30 anos.

Os desafios derivados dos confrontos afetam não só na Etiópia, mas também a região do Corno de África.

Parte dos que fugiram para o Sudão disseram que as milícias de Amhara, o estado vizinho, os atacaram por causa da sua etnia, o que é negado pelo Governo, reporta a Al-Jazeera.

Abiy pertence ao grupo étnico mais numeroso no país, os Oromo, e é um antigo camarada do Tigray, tendo feito parte do mesmo Governo com eles, antes de assumir a chefia do Executivo em 2018. Por enquanto, insiste que só aceita negociações depois de o TPLF ser desarmado e os líderes do Tigray detidos.

ZAP //

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