O país continua a desconfinar a várias velocidades, com todo o concelho de Odemira, no distrito de Beja, a recuar para a terceira fase do plano de desconfinamento, anunciou, esta quinta-feira, a ministra Mariana Vieira da Silva.
O Conselho de Ministros esteve reunido esta manhã no Palácio da Ajuda e a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, começou o briefing com a leitura da média das incidências e do ritmo de transmissão a 19 de maio, alertando para o facto de o país ter entrado “num nível de crescimento da pandemia”.
“Temos de olhar com atenção” para a situação, avisou, acrescentando que é preciso “cautela” e “reforço da testagem”.
“Não estamos num momento em que possamos dizer que a pandemia acabou, há preocupações que se mantêm e são muito significativas e especialmente duras para alguns setores”, admitiu.
“Quando o R(t) ultrapassa o 1, significa que o país entrou num nível de crescimento da pandemia e, por isso, precisamos de olhar com atenção para esta evolução, para as localizações e para a forma como este aumento se coloca no território”, referiu a ministra de Estado e da Presidência.
Relativamente ao aumento da transmissão e a relação disso com os festejos do campeonato do Sporting, Mariana Vieira da Silva argumentou que “na semana passada já era visível o crescimento do R”.
“Não cabe ao Governo comentar a causa, mas ver onde é significativo o aumento e responder com medidas de saúde pública”, disse.
Apesar de ter havido uma “baixa significativa da incidência”, o R(t) “tem oscilado bastante”, sendo agora superior a 1: e de 1.1, advertiu.
“O cruzamento entre transmissão e incidência faz com que na matriz de risco estejamos claramente em verde”, mas o R ultrapassou o 1, reforçou a ministra.
Concelhos que recuam
De acordo com a ministra da Presidência, citada pelo Jornal de Notícias, Resende avança para a próxima fase de desconfinamento, Arganil e Lamego não avançam e Montalegre e Odemira recuam.
“Nós temos, neste momento, face à semana anterior, dois concelhos que recuam [Montalegre e Odemira] no nível de desconfinamento, dois concelhos que estavam em fases anteriores de desconfinamento e que não avançam [Lamego e Arganil] e um concelho que, tendo recuperado, avança [Resende]”, frisou.
Há ainda seis concelhos (Alvaiázere, Golegã, Melgaço, Resende, Torres Vedras, Vale de Cambra e Vila Nova de Poiares) que recuperaram e sete que estão em alerta – Albufeira, Fafe, Lagoa (Algarve), Oliveira do Hospital, Tavira, Vila do Bispo e Vila Nova de Paiva.
Relativamente ao concelho de Odemira, encontra-se “todo na mesma situação”, sem cerca sanitária, escreve o Observador.
A região continua a ter mais de 240 casos por 100 mil habitantes e recua para as regras de 19 de abril.
“Apesar do recuo, a situação é significativamente melhor do que há um mês”, realçou a governante.
Na semana passada foi dado um passo em frente nas regras a aplicar na freguesia de São Teotónio, “que era aquela que estava com dados antigos”, o que resultou no avanço para a fase de 5 de abril.
Na semana passada, São Teotónio avançou “um passo” no desconfinamento, enquanto a freguesia de Longueira-Almograve, ambas no concelho de Odemira e que estiveram sujeitas a cerca sanitária, juntou-se ao patamar da generalidade de Portugal continental.
Referindo que o Governo queria “fazer esse caminho progressivamente”, Mariana Vieira da Silva indicou que essa convergência de dados terminou esta semana, pelo que agora “todo o concelho de Odemira se encontra na mesma situação”.
“Tal como tinha dito a semana passada, sem cerca sanitária, a unidade de medidas ser uma freguesia faz pouco sentido, até porque as pessoas podem passar de uma freguesia para a outra, por isso neste momento o concelho de Odemira está todo na mesma situação”, declarou.
A ministra disse ainda que já há uma semana o concelho de Odemira tinha mais de 240 casos de covid-19 por 100 mil habitantes e estava, por isso, em situação de alerta, cenário que se volta a repetir esta semana.
“Odemira tem, neste momento, 287 casos por 100 mil habitantes e já teve cerca de 1.000 casos por 100 mil habitantes, portanto a situação do concelho, apesar deste recuo, é significativamente melhor do que era há um mês, o que acontece é que vamos subindo e descendo dos níveis que estão definidos e, neste momento, existe um valor superior a 240 casos por 100 mil habitantes”, reforçou Mariana Viera da Silva.
Apesar disso, “a grande maioria dos concelhos está no nível de desconfinamento máximo”, lembra a ministra Mariana Vieira da Silva.
“Nós, enquanto tivermos que conviver com medidas restritivas teremos sempre que, no quadro da lei de proteção civil e da lei de saúde pública, ter medidas especiais. Eu não consigo neste momento dar datas para as decisões, há questões de agenda que ainda precisam de ser vistas”, disse Mariana Vieira da Silva.
De acordo com a ministra, o Governo não vai tomar “nenhuma decisão relativamente a uma nova fase de desconfinamento, em função daquilo que foi pedido aos peritos, sem que haja uma reunião do Infarmed”, sobre a evolução da pandemia de covid-19 em Portugal.
“Não consigo dar datas agora, mas essa é a afirmação que quero deixar, não tomaremos nenhumas decisões de mudança sem que a reunião se possa verificar. As datas em que isso é possível, fazer a reunião e tomar as decisões, não consigo neste momento dizer porque ainda não foi encontrado um calendário possível para essas decisões”, acrescentou.
Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa
Parece um jogo do Monopólio. Avança casas, recua casas… E o povo não sabe a quantas anda (mas antes já não sabia…). Para ajudar no laçamento dos dados, temos o fator turistas (britânicos). É uma festa!! Uma covid party!!!