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Companhia aérea Emirates também vai despedir

A companhia aérea Emirates anunciou este domingo a intenção de suprimir postos de trabalho, em consequência da pandemia da covid-19, sem especificar quantos trabalhadores deverão ser despedidos.

“Examinámos todos os cenários possíveis para manter as nossas operações comerciais, mas chegámos à conclusão de que, infelizmente, temos de dizer adeus a algumas das pessoas maravilhosas que trabalharam para nós”, afirmou, em comunicado, a companhia aérea Emirates, que emprega cerca de 100.000 pessoas.

A Emirates foi forçada a suspender a sua atividade em finais de março, por ordens do Governo dos Emirados Árabes Unidos, mas realizou alguns voos de repatriamento, sobretudo para visitantes e residentes estrangeiros que quiseram deixar o país.

A operar uma frota de 270 aeronaves de grande capacidade, a Emirates já tinha decidido, em março, aplicar uma redução temporária de 25 a 50% nos salários base da maioria dos seus funcionários. “Estamos a reavaliar, continuamente, a situação e teremos de nos adaptar a este período de transição”, avançou a empresa, no comunicado hoje divulgado, destacando que “a atual pandemia teve impacto em muitas indústrias em todo o mundo”.

Em 10 de maio, a Emirates disse que levaria, pelo menos, 18 meses para que a procura de viagens regressasse a “uma aparência de normalidade”, mesmo depois de relatar lucros excecionais antes da pandemia de covid-19.

A companhia aérea obteve lucros de 288 milhões de dólares (264,57 milhões de euros) no ano fiscal que terminou em março, mais 21%, apesar da diminuição das receitas devido à suspensão de voos pela covid-19, segundo dados divulgados em 10 de maio.

A Emirates, a maior transportadora aérea do Médio Oriente, com base no Dubai, indicou que apesar dos lucros terem aumentado 21%, as receitas diminuíram para 25 mil milhões de dólares (cerca de 23 mil milhões de euros) no ano fiscal terminado em março, menos 6% que no anterior. A companhia aérea atribui a diminuição das receitas, sobretudo, à suspensão de voos em março provocada pela pandemia.

“Desde meados de fevereiro as coisas mudaram rapidamente com a pandemia da covid-19 em todo o mundo, provocando uma queda repentina e tremenda da procura de transporte internacional aéreo, enquanto os países fecharam fronteiras e impuseram duras restrições de movimentos”, afirmou o presidente executivo (CEO) do Emirates Group, xeque Ahmed bin Saeed Al Maktoum.

Milhares de despedimentos na aviação

Na semana passada, acompanhia aérea britânica EasyJet anunciou a redução de 4.500 postos de trabalho, quase um terço dos seus efetivos, para fazer face à pandemia.

Com este anúncio, a empresa junta-se assim aos seus concorrentes British Airways, Ryanair ou Virgin Atlantic, que anunciaram recentemente cortes de empregos.

No último mês, estas três companhias áreas despediram 18 mil pessoas.

O setor da aviação é um dos mais afetados pela pandemia de covid-19, que já matou mais de 3.500 pessoas em todo o mundo desde dezembro. A crise do novo coronavírus deverá privar o setor mundial de transporte aéreo de 252 mil milhões de dólares de receitas este ano, mais do dobro do previsto anteriormente (113 mil milhões dólares).

“Trata-se da crise mais profunda de sempre para a nossa indústria”, afirmou o diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Alexandre de Juniac, durante uma conferência telefónica, apelando a governos para ajudarem quando se aproxima “uma crise de liquidez”. “Precisamos desesperadamente de dinheiro”, adiantou.

 

ZAP // Lusa

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